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Poema e Poesia de Antero de Quental

(A Manoel Duarte de Almeida) 

Tu que não crês, nem amas, nem esperas, 
Espírito de eterna negação, 
Teu hálito gelou-me o coração 
E destroçou-me da alma as primaveras... 

Atravessando regiões austeras, 
Cheias de noite e cava escuridão, 
Como n'um sonho mau, só oiço um não, 
Que eternamente ecoa entre as esferas... 

— Porque suspiras, porque te lamentas, 
Cobarde coração? Debalde intentas 
Opôr á Sorte a queixa do egoísmo... 

Deixa aos tímidos, deixa aos sonhadores 
A esperança vã, seus vãos fulgores... 
Sabe tu encarar sereno o abismo! 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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