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Poema e Poesia de Manuel Maria Barbosa du Bocage

Tu, flor de Vénus, 
Corada Rosa, 
Leda, fragrante, 
Pura, mimosa, 

Tu, que envergonhas 
As outras flores, 
Tens menos graça 
Que os meus amores. 

Tanto ao diurno 
Sol coruscante 
Cede a nocturna 
Lua inconstante, 

Quanto a Marília 
Té na pureza 
Tu, que és o mimo 
Da Natureza. 

O buliçoso, 
Cândido Amor 
Pôs-lhe nas faces 
Mais viva cor; 

Tu tens agudos 
Cruéis espinhos, 
Ela suaves 
Brandos carinhos; 

Tu não percebes 
Ternos desejos, 
Em vão Favónio 
Te dá mil beijos. 

Marília bela 
Sente, respira, 
Meus doces versos 
Ouve, e suspira. 

A mãe das flores, 
A Primavera, 
Fica vaidosa 
Quando te gera; 

Porém Marília 
No mago riso 
Traz as delícias 
Do Paraíso. 

Amor que diga 
Qual é mais bela, 
Qual é mais pura, 
Se tu, ou ela; 

Que diga Vénus... 
Ela aí vem... 
Ai! Enganei-me, 
Que é o meu bem. 

Em 'A Rosa (Cançoneta Anacreôntica)'

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