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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Do Tempo que Fui Livre me Arrependo

O culto divinal se celebrava 
No templo donde toda criatura 
Louva o Feitor divino, que a feitura 
Com seu sagrado sangue restaurava. 

Amor ali, que o tempo me aguardava 
Onde a vontade tinha mais segura, 
Com uma rara e angélica figura 
A vista da razão me salteava. 

Eu crendo que o lugar me defendia 
De seu livre costume, não sabendo 
Que nenhum confiado lhe fugia, 

Deixei-me cativar; mas hoje vendo, 
Senhora, que por vosso me queria, 
Do tempo que fui livre me arrependo. 

em "Sonetos"

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