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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Esperança
Luís Vaz de Camões

Para que quero a Glória Fugitiva?

Já é tempo, já, que minha confiança 
Se desça duma falsa opinião; 
Mas Amor não se rege por razão, 
Não posso perder, logo, a esperança. 

A vida sim, que uma áspera mudança 
Não deixa viver tanto um coração. 
E eu só na morte tenho a salvação? 
Sim, mas quem a deseja não a alcança. 

Forçado é logo que eu espere e viva. 
Ah dura lei de Amor, que não consente 
Quietação num'alma que é cativa! 

Se hei-de viver, enfim, forçadamente, 
Para que quero a glória fugitiva 
Duma esperança vã que me atormente? 

em "Sonetos"

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