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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Qualquer outro Bem Julgo por Vento

Quando da bela vista e doce riso 
Tomando estão meus olhos mantimento, 
Tão elevado sinto o pensamento, 
Que me faz ver na terra o Paraíso. 

Tanto do bem humano estou diviso, 
Que qualquer outro bem julgo por vento: 
Assim que em termo tal, segundo sento, 
Pouco vem a fazer quem perde o siso. 

Em louvar-vos, Senhora, não me fundo; 
Porque quem vossas graças claro sente, 
Sentirá que não pode conhecê-las. 

Pois de tanta estranheza sois ao mundo, 
Que não é de estranhar, dama excelente, 
Que quem vos fez, fizesse céu e estrelas. 

em "Sonetos"

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