Sinopse
Criámos a Máquina para que cumprisse a nossa vontade, mas agora não conseguimos que tal aconteça. Ela obscureceu todas as relações humanas, paralisou os nossos corpos e as nossas vontades, e agora obriga-nos a idolatrá-la.
Estes dez contos publicados entre 1904 e 1920 revelam o fundo abismo que separa, por um lado, existências regidas por falsas convenções e pelo dito progresso civilizacional e, por outro, vidas em paz com a terra e a natureza. O que sucede se nos desviarmos do caminho árido que sempre seguimos obedientemente («O Outro Lado da Sebe»)? Ou se trocarmos a erudição dos livros pela concretização da sabedoria que eles encerram («A Diligência Celestial» e «Outro Reino»)? A par de fábulas e fantasias que bebem na mitologia clássica e no simbolismo, em cenários pitorescos como a Itália e a Grécia, destaca-se «A Máquina Pára», um visionário conto distópico, que, em 1909, soube prever a subjugação do homem à tecnologia e a degradação das relações humanas numa sociedade dominada pela máquina.