Sinopse
Os ouriços são dos mamíferos mais primitivos do planeta. São animais omnívoros, apesar da maior parte da sua dieta ser constituída por insetos e outros invertebrados, e têm hábitos noturnos, podendo fazer mais de 2 km por noite, em busca de alimento ou parceiras. A cabeça e o dorso estão cobertos por cerca de 6 mil picos, sendo que o resto do corpo (focinho, barriga e membros) está coberto de pelo. Quando se sentem ameaçados, enrolam-se, deixando apenas exposta a zona com os picos, que funcionam como defesa passiva. Das 16 espécies existentes na Europa, Ásia e África, algumas hibernam, quando a temperatura baixa, e outras recorrem à estivação, quando está demasiado calor. Estes animais mantiveram-se virtualmente inalterados nos últimos 15 milhões de anos, muito antes de nós andarmos por cá! Infelizmente, isso não significa que estejam adaptados ao caótico mundo moderno que o ser humano criou. Para além das causas naturais, como a predação e as doenças, a continuidade desta espécie encontra-se ameaçada pela atividade desenfreada do ser humano: agricultura mecanizada, uso de pesticidas, atropelamentos, acidentes provocados por instrumentos de jardinagem e, até, maldade… Em consequência de tudo isto, o Ouriço Europeu (espécie autóctone) está em declínio, pelo que várias instituições, um pouco por toda a Europa, estão a fazer um tremendo esforço para contrariar este decréscimo populacional e voltar a aumentar os números. Os ouriços, tal como as borboletas, são vistos como espécies “indicadoras” da saúde do ecossistema. Agem como controladores ecológicos de pragas e o seu desaparecimento, para além de evidenciar a degradação do seu habitat, causaria um desequilíbrio no ecossistema. Isto para não falar na tristeza que seria se o ser humano deixasse mais uma espécie carismática desaparecer da face da terra.