
Sinopse
O seu último romance Fazes-me Falta vendeu mais de 100 mil exemplares. A ideia do novo, lançado após um interregno de cinco anos, surgiu durante uma viagem ao Brasil feita em 2005, a convite do Centro Nacional de Cultura. Em A Eternidade e o Desejo, Inês Pedrosa revisita os lugares percorridos pelo Padre António Vieira em terras brasileiras, pela mão de Clara e Sebastião. A protagonista, historiadora e professora universitária, regressa à Bahia ("com h de homem, ou de hoje, porque a Bahia é o reino do hoje, ou da eternidade, que é a mesma coisa"), onde em tempos perdeu a visão e um amor. Sempre guiada pela luz dos textos de Vieira que nasceu há precisamente 400 anos (a 6 de Fevereiro de 2008, o que torna o próximo um ano pródigo em comemorações).
O amor por outro António "devorou-lhe" os olhos. O amor por este António ensinou-lhe a virtude pela independência. "Vieira não foi apenas nem sobretudo um padre. Foi um magistral escritor e orador, um pioneiro dos direitos humanos e um bom diplomata, embora nem sempre acertasse nas causas e nos apoios. (...) Era um voluntário da ingenuidade, como costumam ser as pessoas que nascem com a mania de melhorar o mundo." Clara usa Vieira como mapa para encontrar o seu caminho. Sebastião ama-a, tenta seduzi-la, ele que nunca teve que seduzir ninguém. Ela foge de alguém com quem "partilha demasiadas afinidades para conseguirem ser amantes". No "Portugalinho do cá vamos andando" sente-se incompleta. No Brasil, "terra com odor de sobrevivência", sente-se aceite. Foge da "pena contínua que os amigos portugueses tinham dela." Eis que surge Emanuel. Perdeu um filho de dois anos levado pelas ondas do mar. "Conheço mais o Brasil do que a felicidade", há-de dizer Clara que encontra outra Clara, brasileira, que lhe mostrará que o que tem para conhecer se encontra dentro dela.
Extras