Poema e Poesia de António Duarte Gomes Leal
Os deuses ou são mortos ou caídos,
Quais duros aldeões dormindo as sestas
Ou andam, pelos astros perseguidos,
Chorando os velhos tempos das florestas.
Os reis ressonam nas devassas festas:
Já os frutos do Mal estão crescidos:
- Ó Sol, há muito que tu já nos crestas!
- E aos nossos ais o Céu não tem ouvidos!
Há muito que já o Olimpo está vazio,
E no seio dum astro imenso e frio
É morto o Deus do Testamento Velho.
Apenas, sobre o mundo eterno e aflito,
Fausto rebusca o x do infinito,
E Satã dorme em cima do Evangelho.