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Poema e Poesia de Antero de Quental

Reprimirei meu pranto!... Considera 
Quantos, minh'alma, antes de nós vagaram, 
Quantos as mãos incertas levantaram 
Sob este mesmo céu de luz austera!... 

— Luz morta! amarga a própria primavera! — 
Mas seus pacientes corações lutaram, 
Crentes só por instinto, e se apoiaram 
Na obscura e heróica fé, que os retempera... 

E sou eu mais do que eles? igual fado 
Me prende á lei de ignotas multidões. — 
Seguirei meu caminho confiado, 

Entre esses vultos mudos, mas amigos, 
Na humilde fé de obscuras gerações, 
Na comunhão dos nossos pais antigos. 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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