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Poema e Poesia de Antero de Quental

Espectros que velais, enquanto a custo 
Adormeço um momento, e que inclinados 
Sobre os meus sonos curtos e cansados 
Me encheis as noites de agonia e susto!... 

De que me vale a mim ser puro e justo, 
E entre combates sempre renovados 
Disputar dia a dia à mão dos Fados 
Uma parcela do saber augusto, 

Se a minh'alma há-de ver, sobre si fitos, 
Sempre esses olhos trágicos, malditos! 
Se até dormindo, com angústia imensa, 

Bem os sinto verter sobre o meu leito, 
Uma a uma verter sobre o meu peito 
As lágrimas geladas da descrença! 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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