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Poema e Poesia de Antero de Quental

Mãe — que adormente este viver dorido, 
E me vele esta noite de tal frio, 
E com as mãos piedosas ate o fio 
Do meu pobre existir, meio partido... 

Que me leve consigo, adormecido, 
Ao passar pelo sítio mais sombrio... 
Me banhe e lave a alma lá no rio 
Da clara luz do seu olhar querido... 

Eu dava o meu orgulho de homem — dava 
Minha estéril ciência, sem receio, 
E em débil criancinha me tornava. 

Descuidada, feliz, dócil também, 
Se eu podesse dormir sobre o teu seio, 
Se tu fosses, querida, a minha mãe! 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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