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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Memória
Luís Vaz de Camões

Vivo em Lembranças, Morro de Esquecido

Doces lembranças da passada glória, 
Que me tirou fortuna roubadora, 
Deixai-me descansar em paz uma hora, 
Que comigo ganhais pouca vitória. 

Impressa tenho na alma larga história 
Deste passado bem, que nunca fora; 
Ou fora, e não passara: mas já agora 
Em mim não pode haver mais que a memória. 

Vivo em lembranças, morro de esquecido 
De quem sempre devera ser lembrado, 
Se lhe lembrara estado tão contente. 

Oh quem tornar pudera a ser nascido! 
Soubera-me lograr do bem passado, 
Se conhecer soubera o mal presente. 

em "Sonetos"

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