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Notícias


Novidades editoriais do Grupo Leya - Julho de 2025

Licença para Espiar, de Carmen Posadas (Casa das Letras)

O romance sobre as mulheres que se dedicaram à perigosa arte da espionagem. Da bíblica Raabe, cuja intervenção foi decisiva para conquistar a Terra Prometida, à Balteira, a jogralesa galega que se viu envolvida em mil e uma intrigas durante o reinado de Afonso X. Ficamos a conhecer as singulares e temíveis envenenadoras da Índia, é-nos dado um ponto de vista insólito sobre o assassínio de Júlio César e descobrimos rainhas como Catarina de Médici e o seu Esquadrão Voador, aventureiras como a inevitável Mata Hari, mas também princesas que colocaram o seu talento ao serviço de Hitler. À venda a 8 de julho.

O Abominável Mundo Novo, de Nuno Rogeiro (Dom Quixote) À venda a 15 de Julho.

O Rei que Não Reinou, de Isabel Lencastre (Oficina do Livro)

A breve vida de D. Luís de Bragança (1887-1908). A 1 de Fevereiro de 1908, foram assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa, el-rei D. Carlos e o príncipe D. Luís Filipe, seu filho. O príncipe, de quem se dizia ter todas as qualidades para ser um grande monarca, não pôde sê-lo – nem sequer nos breves instantes em que o foi. Porque, nos escassos minutos em que sobreviveu ao pai, o príncipe foi rei – mas um rei que não reinou. É a sua história, breve e trágica, que se pode ler nesta biografia, a mais completa até hoje publicada. À venda a 15 de Julho.

 

A Casa da Liberdade, de Javier Milei, de Philipp Bagus (Dom Quixote)

Análise do fenómeno político e a revolução económica em curso na Argentina. Porque mais do que uma análise da figura presidencial, este livro é uma exploração profunda dos valores que impulsionaram o desenvolvimento das nações: a defesa da propriedade privada, a redução do Estado e a recuperação de uma ética na economia de mercado. O professor catedrático de Economia explica como o fenómeno Milei transformou ideias marginais numa força capaz de desafiar o statu quo na América Latina. Com clareza pedagógica, analisa as causas do colapso económico da Argentina, as estratégias de combate ao estatismo e o impacto cultural da abordagem paleolibertária.À venda a 8 de Julho.

 

Mais 100 Tascas Imperdíveis de Portugal, de António Catarino e Rui Cardoso (Oficina do Livro)

Nova peregrinação gastronómica pelos melhores locais para comer, barato, em Portugal, na melhor tradição caseira nacional, desde o Minho ao Algarve. A seleção dos restaurantes teve em conta os preços praticados, a tradição da casa, a cozinha caseira, elaborada com produtos locais frescos e de acordo com o receituário tradicional, favorecendo de algum modo a economia local e os pequenos produtores. Ou o índice de popularidade, enquanto atractor de clientela. Fator decisivo, um preço (máximo) a pagar por cabeça: até 20 euros. Dos jornalistas António Catarino e Rui Cardoso que conhecem o país como poucos portugueses, conforme têm demonstrado ao longo dos anos aos microfones da TSF e nas páginas do Expresso.  À venda a 8 de Julho.

 

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Novidades LeYa - Junho de 2025

Novidades LeYa - Junho de 2025

"Cruzeiros de Inverno", de Mário Cláudio.

Nas livrarias a 27 de Junho

Uma obra de que emana o humor e a verve que só Mário Cláudio consegue resgatar a percursos de vida tão singulares e tão pouco conhecidos dos leitores.

Que terão em comum um jovem músico a quem pedem o impensável, uma ilustradora que reclama um papel que não terá – nem como artista, nem como amante – e um ministro eternamente noivo que é humilhado publicamente por actos vergonhosos?

Talvez apenas uma viagem, e o lugar obscuro aonde todos irão parar na sequência daquilo a que Balzac chamou um «poema sublime de melancolia».

A Gôndola Negra, Menina Sentada e Os Cães de Hécate são novelas curtas que compõem, muito ao gosto do autor, mais um tríptico notável, no qual acompanharemos as vidas necessariamente curtas e problemáticas de três personagens reais – Carlos Relvas, Ofélia Marques e José Corrêa d’Oliveira –, bem como o quotidiano dos que, graças à capacidade ficcional do autor, desenterram para nós as suas histórias, como a jornalista histérica em busca de mais um escândalo, o coleccionador obcecado em expor a obra da artista que conheceu nos livros da infância, ou um par de investigadores da Judiciária especialmente interessados em desvendar uma série de atentados ao pudor.

 

"Condor", de António Carlos Cortez.

Condor

Caminho

Poesia

Nas livrarias a 10 de Junho

Na leitura alegórica que o autor aqui propõe, o condor é o próprio poema, augúrio, profecia e símbolo de um despertar pessoal e colectivo.

Dividido em quatro secções («Areia de Outono & Oito Meditações», «Saturno», «Coração do Livro» e «Condor»), nestes 27 poemas Cortez responde quer à prosa poética de Jaguar, quer à arte sonestística de Diamante (2021), experimentando agora o poema longo, o verso caudaloso, a intersecção de planos (o real e o sonho, a vida e a morte, o furor e o amor, o passado e o presente).

 

"A Paixão do Infante", de João Fernando Ramos.

João Fernando Ramos

Oficina do Livro

Nas livrarias a 10 de Junho

Um romance ousado sobre uma das figuras mais misteriosas da História de Portugal.

A Paixão do Infante é um fascinante ponto de encontro entre lendas, relatos históricos e a imaginação do seu autor, o jornalista João Fernando Ramos, que transporta os leitores a um passado longínquo e glorioso. Terá sido o Infante D. Henrique o religioso, casto e celibatário, que ficou para a História? Que paixão inconfessável e arrebatadora levou o grande impulsionador dos Descobrimentos a recusar várias pretendentes, desiludindo o pai, D. João I, que sonhava com um casamento feliz para o filho predileto? Que amor foi esse que impôs barreiras intransponíveis a Henrique e moldou os destinos do reino de Portugal?

O Infante de Sagres é uma das personagens mais importantes da nossa História, mas faltam registos sobre a sua vida que não se prendam com intrigas na corte ou os planos de expansão marítima que o imortalizaram. Pouco sabemos sobre os amores de Henrique, é certo, mas a promoção de Leonor de Aragão ao estatuto de rainha de Portugal, através do matrimónio com o irmão do Infante, D. Duarte, esconde um mistério sobre o qual este romance tenta trazer alguma luz…

Um relato apaixonante sobre uma das maiores figuras do passado português e a mitologia de uma nação.

 

"Mudar de Ideias", de Aixa de la Cruz

Mudar de Ideias

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Pedro Rapoula

Nas livrarias a 30 de Junho

Vencedor do Prémio Euskadi de Literatura em Castelhano

Vencedor do Prémio Librotea Tapado

Finalista do Prémio Dulce Chacón

Prestes a completar trinta anos, Aixa de la Cruz, de quem a Dom Quixote já publicou As Herdeiras (2024), começa a escrever um livro que aborda alguns dos momentos mais significativos da sua vida, desde o dia em que uma das suas melhores amigas quase morreu num acidente de viação até ao seu próprio divórcio, passando pela ressaca de escrever uma tese de doutoramento e pelos seus relacionamentos sexuais com homens e mulheres; um relato desassombrado que começa na infância sem «pai biológico» e vai até à sua descoberta do feminismo, em que se confronta com casos polémicos de violência contra as mulheres.

Mudar de Ideias é percorrido por uma escrita hipnótica que é muito mais do que uma simples narrativa confessional: serve para transmitir reflexões acutilantes sobre vários temas de importância social e para desenvolver um estilo literário rico e combativo, que posiciona Aixa de la Cruz não só como uma das melhores escritoras da sua geração, mas também – e acima de tudo – como uma pensadora absolutamente brilhante.

 

"A Desconhecida do Retrato", de Camille de Peretti.

A Desconhecida do Retrato

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Joana Cabral

Nas livrarias a 17 de Junho

Prix Maison de la Presse

Prix des Romancières

Prix du Roman Marie Claires

Prix Nice Baie des Anges

Prix de la Passion

Prix Charles-Exbrayat

Pintado em Viena, em 1910, o quadro de Gustav Klimt Retrato de Uma Senhora é comprado por um colecionador anónimo em 1916, alterado pelo mestre no ano seguinte e depois roubado em 1997, antes de reaparecer em 2019 nos jardins de um museu de arte moderna em Itália.

Nenhum especialista do mundo das artes, nenhum curador, nenhum investigador da polícia sabe quem era a mulher representada no quadro, nem os segredos que animam a história palpitante do seu retrato.

Das ruas de Viena em 1900 ao Texas dos anos 1980, da Manhattan da Grande Depressão à Itália contemporânea, Camille de Peretti imagina o destino desta mulher, tal como o dos seus descendentes, cujas vidas se entrelaçam através deste quadro e ressoam umas nas outras.

Inspirado na incrível mas verdadeira história de uma pintura de Klimt, A Desconhecida do Retrato é um relato magistral que combina segredos de família, histórias de sucesso, amores contrariados, desaparecimentos e dramas vibrantes.

 

"Beleza Vermelha", de Arantza Portabales.

Literatura Policial

Tradução de Rui Elias

Nas livrarias a 24 de Junho

Um cadáver, seis possíveis assassinos. Ninguém está livre de suspeitas, nem mesmo a própria vítima. Um crime passional em Santiago de Compostela narrado pela nova senhora do romance policial espanhol.

Seis suspeitos jantam no jardim de uma luxuosa casa nos arredores de Santiago de Compostela enquanto o corpo de Xiana Alén, de quinze anos, jaz no chão do seu quarto coberto de sangue, como se fosse uma instalação artística: os pais, a tia Lía Somoza – uma pintora de renome internacional –, um casal de amigos e a tia idosa das irmãs Somoza.

Todos os indícios apontam para Lía, mas alguns dias depois ela tenta suicidar-se e é internada num hospital. O comissário Santi Abad, com a ajuda de Ana Barroso – uma polícia jovem, forte e temperamental, com quem desenvolverá uma relação intensa e conflituosa –, terá de desvendar os segredos mais bem guardados da família Alén Somoza, uma das famílias mais poderosas e ricas da alta sociedade galega.

Uma intriga excecional, em que nada é o que parece e ninguém é quem diz ser.

 

"O Amante", de Helene Flood.

O Amante

Literatura Policial

Tradução de Beatriz Sequeira

Nas livrarias a 10 de Junho

Como se pode ocultar um caso amoroso quando o nosso amante é assassinado? Será pior enganar o marido ou a polícia? Rikke está a mentir a ambos.

Quando Jørgen, o vizinho do andar de cima, é encontrado assassinado na sua própria casa, Rikke é interrogada juntamente com o marido. Como poderá admitir que ela e Jørgen mantinham um caso amoroso? Ou explicar à polícia a complexidade dos seus sentimentos? O ligeiro alívio por ele estar morto? E o que diriam eles se soubessem que ela utilizou a chave sobresselente para entrar no apartamento de Jørgen na manhã seguinte ao homicídio?

Rikke sabe que não pode esconder da polícia as evidências do caso amoroso. E que, se for apanhada na sua mentira, as suspeitas irão recair sobre si. Mas, antes de conseguir reunir coragem para contar a verdade, Rikke é surpreendida por uma revelação sinistra: Jørgen só pode ter sido morto por alguém que vive no mesmo prédio. Com a sua vida familiar perfeita a ameaçar desmoronar-se, Rikke apercebe-se de que encontrar o assassino é a única forma de provar a sua inocência. Desde que o homicida não chegue a ela primeiro.

Depois do êxito internacional de O Olhar Que Nos Persegue, também publicado na Dom Quixote, Helene Flood oferece-nos outro thriller brilhante e consolida-se como uma das mais importantes autoras do romance noir escandinavo do momento.

 

"Uma Questão de Culpa", de Jørn Lier Horst.

Literatura Policial

Tradução de Francisco Silva Pereira

Nas livrarias a 17 de Junho

O best-seller que inspirou a terceira temporada da série Wisting, transmitida no AMC.

Acabado de entrar na segunda semana das suas férias de verão, William Wisting vai acompanhando pela imprensa um caso local de desaparecimento que se transforma numa notícia nacional. Agnete Roll está desaparecida há três dias e não há nenhuma pista do seu paradeiro.

Com este desaparecimento nas manchetes, Wisting recebe uma carta misteriosa que contém apenas um conjunto de números, que ele associa ao código de um antigo caso de homicídio no qual não esteve pessoalmente envolvido.

Numa noite de verão de 1999, Tone Vaterland, de dezassete anos, foi morta quando voltava do trabalho para casa. Desesperada por uma condenação rápida, a polícia considerou as conclusões da investigação mais do que óbvias e prendeu o ex namorado, Danny Momrak. A família de Tone pôde assim fazer o luto. O público sentiu que tinha sido feita justiça. Mas acontecimentos recentes revelam ligações que não eram visíveis há vinte anos. A carta é apenas a primeira de uma série, todas elas sugerindo que o homem errado foi condenado e, pior ainda, que o verdadeiro assassino continua à solta.

Lançando-se numa assustadora corrida contra o tempo, Wisting tem de encontrar o remetente, decifrar as misteriosas cartas e capturar o verdadeiro assassino antes que este ataque de novo. Mas nada é o que parece. E, à medida que Wisting se entranha cada vez mais num sombrio passado de segredos, mentiras e homicídios, a sua própria vida é ameaçada... Será ele capaz de encontrar o verdadeiro assassino de Tone antes que seja tarde de mais?

Edições especiais

"Travessuras da Menina Má", de Mario Vargas Llosa.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de J. Teixeira de Aguilar

Nas livrarias a 10 de Junho

Ricardo vê cumprido, muito cedo na vida, o sonho que sempre alimentara na sua Lima natal: viver em Paris. Mas o reencontro com um amor da adolescência mudará tudo. Essa jovem, inconformista, aventureira, pragmática e inquieta, arrastá-lo-á para fora do estreito mundo das suas ambições. Testemunhas de tempos turbulentos e prósperos em cidades como Londres, Paris, Tóquio e Madrid, ambas as personagens verão as suas vidas entrelaçarem-se sem nunca coincidirem totalmente.

Criando uma tensão admirável entre o cómico e o trágico, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para dar vida a uma história na qual o amor se revela indefinível, possuindo mil faces, como a menina má. Paixão e distância, acaso e destino, dor e prazer… Qual será o verdadeiro rosto do amor?

 

"O Meu Irmão", de Afonso Reis Cabral.

Dom Quixote

Literatura Lusófona

Nas livrarias a 10 de Junho

Edição comemorativa dos 10 anos de um romance que, em 2014, venceu o Prémio LeYa.

Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. É então que o irmão – um professor universitário divorciado e misantropo – surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade. Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilharam na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados – e o maior de todos chama-se Luciana.

Numa casa de família, situada numa aldeia isolada do interior de Portugal, o leitor assistirá à rememoração da vida em comum destes dois irmãos, incluindo o estranho episódio que ameaçou de forma dramática o seu relacionamento.

O Meu Irmão, vencedor do Prémio LeYa 2014 por unanimidade, é um romance notável e de grande maturidade literária que, tratando o tema sensível da deficiência, nunca cede ao sentimentalismo, oferecendo-nos um retrato social objectivo e muitas vezes até impiedoso.

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Novidade Almedina – Maio de 2025

Novidade Almedina – Maio de 2025

Edição a 1 de Maio:

  • “O Manual Escolar – Como conceber, selecionar e utilizar um bom manual para uma aprendizagem ativa” de Nuno Crato (Edições Almedina):

Estruturado para apoiar pais, alunos, professores e editores.

  • “As Minhas Primeiras Moedas” de Mara Harvey (Minotauro):

Literacia financeira para os mais novos

Um livro infantil que prepara para lidar com dinheiro

  • “Estou a Aprender a Poupar” de Mara Harvey (Minotauro):

Dicas de poupança para os mais pequenos

Um livro muito útil para ensinar às crianças como gerir dinheiro

Edição a 8 de Maio:

  • “Espiões – A épica guerra de espionagem entre o Leste e o Ocidente” de Calder Walton (Edições 70):

Livro do ano para a Foreign Policy e a Foreign Affairs

A história fascinante da guerra entre os serviços secretos da Rússia e do Ocidente

«Explosivo» CNN

Edição a 22 de Maio:

  • “Hannah Arrendt – A biografia” de Thomas Meyer (Edições 70):

A biografia intelectual da pensadora mais importante para o nosso tempo

Bestseller na Alemanha e já vendido para 30 países

  • “Visões da Desigualdade” de Branko Milanovic (Actual Editora):

Livro do ano para o Financial Times

Uma história da desigualdade contada através de seis figuras-chave

Do premiado autor de Capitalismo e Liberdade e A Desigualdade no Mundo

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Novidades Guerra e Paz - Abril 2025

Os meus livros de Abril nascem das mãos como lilases da chuva da Primavera

A nossa pequena vida e o nosso pequeno mundo diluem-se como a miragem de uma cidade irreal. Agarremo-nos como náufragos aos cabelos húmidos da ficção. Neste Abril (o mais cruel dos meses, chamou-lhe alguém), escolho como meus livros esse terrível O Jogo Mais Perigoso, que a prosa certeira e implacável de Richard Connell armadilhou entre caçador e presa. É uma caçada, um jogo mortal: mas quem caça e quem é caçado? Junto-lhe o agitado Amok, do prodigioso vidente que foi Stefan Zweig, livro que nos agarra em peso pondo-nos na fímbria do sacrifício e à beira do alto penhasco do suicídio.

São duas perturbantes narrativas a que se junta o angolano José Luís Mendonça, vencedor com mérito do prémio Guerra Junqueiro. Escreveu agora Um Pássaro na Lua, seu segundo romance na Guerra e Paz, história quase sobrenatural de Kahitu, que nasceu com a síndrome de tetra-amélia, sem braços, nem pernas, mas chega a presidente de Angola. Se queremos falar de tolerância, comecemos por este tão mágico romance de Mendonça.

E agora paremos um minuto, para falar com a figura cordial de António Saraiva. Foi sindicalista e acabou patrão dos patrões. Era preciso fazer-lhe a biografia. Pedro T. Neves assina este António Saraiva, Um Certo Perfil, a que o Presidente Ramalho Eanes acrescenta o prefácio. A Jaba Recordati e Nelson Pires foram nossos bravos parceiros neste projecto.

Há vários anos que, com a Sociedade Portuguesa de Autores, editamos a colecção «o fio da memória». Hoje a colecção transfigurou-se. Entrou nela um pequeno livro, Uma Mesa de Pingue-Pongue e um Pequeno Lago, de que é protagonista Gonçalo M. Tavares. Em diálogo com José Jorge Letria, Gonçalo M. Tavares revela-se. Deixa-nos ver que já foi o rapaz que gostava de «treinar futebol à chuva», que gosta de ter frases «viradas do avesso», e que na infância lhe saiu a sorte de ter uma biblioteca «de filme, com dois pisos e uma escadinha». Sim, também se fala de Céline.

A solo, José Jorge Letria oferece aos leitores as Novas Greguerías. É um livro que nos faz rir, desnorteando-nos. Parecem ser só frases loucas, mas há nelas a paixão do paradoxo, do humor e da intempestiva metáfora, como se a realidade tropeçasse na linguagem: «Quando o mar se evaporar os peixes ganharão asas» ou «A girafa diz à pulga: “Conheço a selva muito por alto.”» são apenas dois exemplos da arte retórica deste livro de engenho e arte.

E se a conversa é de lilases e jacintos, venham comigo à China. Shen Fu foi um simples funcionário público no século XIX. Amou a sua mulher. E a beleza batia nos dois como o sol espanca as manhãs de Verão. Escreveu um livro soberbo de graça, com pingos de erotismo e digressões por leves montanhas e por rios distraídos. No Fio Inconstante dos Dias, Memórias de Uma Vida Flutuante é hoje um (belo, muito belo) clássico traduzido em todo o mundo. Faltava Portugal. História de amor, história de sofrimento: uma pérola comovente.

Continuo assim: Jesus, o Jesus histórico, nasceu fora do casamento. Era um bastardo, um «mamzer», por isso um excluído. O historiador e teólogo Daniel Marguerat escreveu Vida e Destino de Jesus de Nazaré. Num ensaio de alta exigência histórica e filosófica, Marguerat investiga, como num romance policial, a vida de Jesus e o essencial da mensagem que dela resulta: a pureza não é o que entra no ser humano, é o que sai dele! É da colecção Os Livros Não Se Rendem, de que a Fundação Manuel António da Mota e a Mota Gestão e Participações são os grandes mecenas.

Da novíssima colecção, A Minha Estante, chega a História de Jerusalém, assinada pelo arqueólogo francês Michaël Jasmin. É uma expedição a quatro mil anos de vida dessa cidade que já escutou mil sermões de fogo. Cidade Santa – ou será maldita? – magnética, centro dos três explosivos monoteísmos, este pequeno livro é a sua fascinante antecâmara.

E acabo com o livro de uma filósofa portuguesa, Mafalda Blanc, vencedora do Prémio Pen Club para o ensaio. Da Ontologia à Poética é o segundo livro que escreve para a Guerra e Paz. Centrado na sua paixão por Heidegger, Blanc alarga os seus temas ontológicos e metafísicos a Hegel e a Hölderlin, interrogando-se sobre o Ser, o Sentido, a Poética.

E termino. Sei que são estes os meus livros de Abril, mas sei lá bem, como perguntava Séneca «que lugar é este, que reino, que território do mundo? Onde estou? Sob o nascente do sol, ou sob o polo da Ursa glaciar?» Não sei, sei que leio.

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Novidades Almedina - Março de 2025

Novidades para o mês de Março:

 

Edição a 6 de março:

Ø   “Semper Dolens - História do Suicídio no Ocidente” de Ramón Andrés (Edições 70):

Um dos maiores escritores espanhóis contemporâneos

Reflexão histórica, filosófica e poética sobre a condição humana e a sua fragilidade

Ø   “A Solução da Inovação - Crescer de forma sustentável e bem-sucedida” de Clayton M. Christensen e Michael Raynor (Actual):

Do autor de O Dilema da Inovação (eleito pelo The Economist um dos melhores livros de negócios de sempre)

Um dos pensadores de Gestão mais influentes de sempre.

  

Edição a 20 de março:

Ø   “Mania” de Lionel Shriver (Minotauro):

Da autora de Vamos ou Ficamos e de Precisamos de Falar Sobre o Kevin

Autora bestseller do New York Times

Ø   “Do Prazer de Odiar e Outros Ensaios” de William Hazlitt (Edições 70):

Clássico inédito em Portugal

Ø   “Lengalengas sem Palavras Molengas” de Suzana Ramos e Marta Torrão (Minotauro):

Um livro que celebra a musicalidade das palavras

Ideal para uma leitura em família

Ø   “Nada Menos que a Liberdade” de Américo Brás Carlos (Minotauro):

Do autor de O Riso dos Dias

Uma história de intriga e amor no alvor da democracia

 

 

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Novidades Penguin - Janeiro

Novidades Penguin Random House – mais de 50 nomes a destacar e novas coleções icónicas

São várias as novidades que temos para estes primeiros meses do ano. Na literatura internacional: novos livros de Abdulrazak Gurnah, Clarice Lispector, Samanta Schweblin, Georges Simenon, Fernanda Melchor, Leïla Slimani, Slavoj Žižek. Mas não faltarão bons livros de autores portugueses: Rita Redshoes, Maria Francisca Gama, Hugo Gonçalves, Cláudia Andrade, Dino D’Santiago, entre muitos outros.

As novidades da Penguin Random House para o 1.º semestre de 2025 celebram a literatura em vários géneros, de origens diversas e em formatos adaptados a diferentes públicos. Onde estiver um leitor, estão os nossos livros.

Na Alfaguara tudo começa com o regresso triunfal de Elizabeth Strout, num romance que junta as suas duas heroínas, Olive Kitteridge e Lucy Barton.

Registam-se dois autores em estreia no catálogo - Virginia Tangvald e Andrea Bajani – e novos livros de nomes já firmados, como Virginia Feito, Jamaica Kincaid, Fleur Jaeggy e Leïla Slimani, bem como a continuação da edição da obra de James Baldwin.

A Companhia das Letras orgulha-se de dar início à publicação de toda a obra de Clarice Lispector, em novas edições que incluem textos de apresentação de vários escritores e académicos de relevo.

Margarida Ferra estreia-se na coleção de não-ficção literária com um retrato da vida contemporânea; e Eliane Brum publica o seu segundo livro nesta série, dedicado à Amazónia.

A estreia da brasileira Juliana Leite, da portuguesa Ana Cláudia Santos, o regresso de Ricardo Adolfo, e novos livros de Hugo Gonçalves e Jeferson Tenório, são também destaques num catálogo de excelência em língua portuguesa.

A Cavalo de Ferro assume, já a partir de março, a publicação dos mais famosos e inéditos romans durs de George Simenon, «o mais extraordinário criador de ficção do nosso tempo», nas palavras de George Steiner. O catálogo da grande literatura contará ainda com novas obras de Abdulrazak Gurnah, Carmen Laforet, Irena Solà, Jon Fosse e Péter Nádas.

A Elsinore vê chegar a estreia em prosa da poeta belga Charlotte Van den Broeck, com uma obra original que cruza biografia e ensaio. Outra estreia é a da argentina Ariana Harwicz, com três romances sobre a maternidade e os seus tabus, reunidos num só volume. De assinalar ainda os regressos de Samanta Schweblin e Fernanda Melchor, da portuguesa Cláudia Andrade, com A Ressurreição de Maria, e ainda a nova edição do premiado romance de estreia de Tatiana Salem Levy, A chave de casa.

Na Penguin Clássicos, é de destacar o lançamento de duas coleções icónicas, Penguin Great Ideas e Little Black Classics, com textos fundamentais da não-ficção e da ficção, respetivamente. Coleções que dão a conhecer o trabalho dos grandes pensadores, pioneiros, radicais e visionários cujas ideias abalaram a civilização e ajudaram a trilhar o caminho que percorremos até aqui.

E ainda, a poesia toda de António Maria Lisboa, Kallocaína, o romance distópico de 1940, de Karin Boye, e Henry James, com Na Gaiola. 

***

A Suma de Letras continua a apostar em novas vozes nacionais. Rita Redshoes e Pedro Miguel Ribeiro são dois nomes bem conhecidos a integrar o catálogo, que irá apresentar também a escritora e jornalista brasileira Vanessa Barbara, num relato pungente e doloroso do pós-parto, além de uma nova incursão de Mafalda Santos pelas histórias sombrias.

Na Topseller destacam-se dois romances envolventes: o original Beautyland: Terra Bela, de Marie-Helene Bertino, sobre a fragilidade da existência; e Jogos da Prisão, de Nana Kwame Adjei-Brenyah, finalista do National Book Award.

Na novela gráfica, a Iguana publica um novo livro de Keum Suk Gendry-Kim, a premiada autora de Erva e A Espera, um retrato do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

***

Na não-ficção, e pela Objetiva, teremos um novo ensaio de Antonio Monegal, O Silêncio e a Guerra; a denúncia e exposição do racismo em Portugal por Gisela Casimiro, em Privilégio Negro. Esta chancela estreia ainda a coleção de ensaios Objetivamente, com textos incisivos do pensamento contemporâneo. Os primeiros quatro serão de Daniel Cohen, Anna Pacheco, Lucía Lijtmaer e Slavoj Žižek. Pela Vogais, chega-nos um ensaio, Fronteiras, de Lewis Baston sobre a reconfiguração das fronteiras da Europa. 

Pela Nascente, já está em todas as livrarias a autobiografia do Papa Francisco, Esperança.

A Arena publica o autorretrato de Dino D’Santiago, num livro autobiográfico «sem cronologia».

O segmento infantojuvenil traz novas coleções (a série de origem francesa Cão Pulgão vai dar que falar), novos títulos de autoras nacionais (Adélia Carvalho, Ana Markl, Capicua, Raquel Patriarca), álbuns e narrativas premiadas, num catálogo dos 0 aos 80, para todos os leitores.

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Novidades Porto Editora - Janeiro de 2025

Grupo Porto Editora lança 140 novidades com foco em autores portugueses

O Grupo Porto Editora reforça o seu compromisso com a literatura nacional através do lema «Palavras que são nossas», acolhendo novas vozes e celebrando autores consagrados. O catálogo apresenta um leque diversificado de novidades em ficção e não ficção, com destaque para Germano Almeida, Catarina Maldonado Vasconcelos, Amílcar Correia, Rui Miguel Nabeiro, Manuel Catarino, Rui Miguel Pinto, Maria Isaac e António Breda Carvalho.

Para além da forte aposta em autores nacionais, o catálogo internacional traz aos leitores portugueses uma diversidade de obras marcantes. Os autores estrangeiros em destaque incluem Bill Gates, Leonardo Padura, Marta Pérez-Carbonell, Emilia Hart, Anthony Passeron, Percival Everett, Ken Kesey, Peter Flamm, Jacqueline Harpman, Ada D’Adamo, Jan Gradvall, Ilan Pappé e Kerry Brown.

FICÇÃO NACIONAL - MAS NÃO SÓ

A 23 de Janeiro, a Porto Editora publica Se perguntarem por mim, não estou seguido de Haja harmonia, de Mário de Carvalho, duas peças teatrais premiadas e reunidas num só volume.

A ficção portuguesa também estará em destaque com o thriller histórico O Segredo de Tomar, que marca a estreia de Rui Miguel Pinto, com o lançamento do quarto romance de Maria Isaac, Histórias que nos matam, e com O Censor Antifascista, de António Breda Carvalho, uma biografia invulgar que retrata o período salazarista.

Na ficção internacional destacam-se Nada mais ilusório, romance de estreia da espanhola Marta Pérez-Carbonell, e As Sereias, de Emilia Hart, autora do sucesso Weyward.

CONFISSÕES DE VARIADAS ESPÉCIES

Dois novos títulos da coleção Contemporânea chegam neste início de 2025: As Crianças Adormecidas, de Anthony Passeron que aborda o impacto da heroína e da sida nos anos 80, e James, do aclamado Percival Everett, uma reinvenção multipremiada de As Aventuras de Huckleberry Finn.

Clássicos inéditos chegam finalmente a Portugal, como Eu?, de Peter Flamm, Voando sobre Um Ninho de Cucos, a célebre história de Ken Kesey, e Eu Que não Conheci os Homens, de Jacqueline Harpman, um texto inquietante sobre companheirismo, liberdade e o que faz de nós humanos.

Entre as reedições destacam-se A Escolha de Sofia, de William Styron, e Confissões de Uma Máscara, no âmbito do centenário do nascimento de Yukio Mishima.

NÃO FICÇÃO: A VERDADE NUA E CRUA

O início de 2024 destaca obras de grande impacto na não ficção. Em Como o Ar, Ada D’Adamo conta à filha – marcada à nascença por múltiplas deficiências físicas e mentais – a história de ambas. Ir a la Habana, de Leonardo Padura, leva os leitores numa viagem única pela capital cubana, enquanto The Story of ABBA: Melancholy Undercover, de Jan Gradvall, revela histórias inéditas sobre a famosa banda sueca.

Sob a chancela Ideias de Ler, será publicada a tão aguardada autobiografia de Bill Gates, Código-Fonte, com lançamento mundial a 4 de fevereiro, e Desperte o génio financeiro do seu filho, de Cristina Judas, um guia de literacia financeira para pais. O legado do meu avô – Lições de Liderança e de Gestão, de Rui Miguel Nabeiro homenageia o fundador da Delta Cafés e Personal Branding, de Raquel Soares, ensina como destacar-se num mercado competitivo e construir uma marca pessoal memorável. Por fim, Porque Sou Assim?, de Gemma Styles (irmã de Harry Styles), ajuda os Gen Z e os Millenials a compreenderem as suas emoções.

LER O MUNDO COM OUTRO OLHAR

Israel vs Palestina, de Ilan Pappé analisa o conflito no Médio Oriente e apresenta possíveis soluções para a paz. Em A Mais Breve História de Taiwan, Kerry Brown explora a complexidade geopolítica da ilha, enquanto Catarina Maldonado Vasconcelos aborda o papel do Líbano em A Mais Breve História do Líbano. Já Germano Almeida, em O Colapso da Verdade, reflete sobre a reeleição de Trump e os riscos para a democracia global.

Com publicação em Março, A Mais Breve e Divertida História de Portugal Manuel Catarino, oferece um olhar leve e rigoroso sobre a história nacional, enquanto Amílcar Correia, em A Mais Breve História de Um Conflito: da Jugoslávia ao Kosovo, revisita as marcas de um conflito ainda por resolver.

ASSÍRIO & ALVIM: VERSOS PRINCIPAIS

As manhãs que não conheces, de Luís Filipe Castro Mendes, é o primeiro título de poesia inédita portuguesa no catálogo de 2025 da Assírio & Alvim. Até à primavera haverá ainda tempo para nos rendermos aos livros de Frederico Pedreira – À Solta no Exército de Salvação –, Manuel Afonso Costa – Epoché – e António Franco Alexandre – Objectos Principais.

Obra-prima de Charles Baudelaire, As Flores do Mal surge numa edição revista e aprimorada, recuperando-se a premiada tradução de Fernando Pinto do Amaral, de 1992. Destaque ainda para Sou Certamente Um Monstro, a poesia reunida de Jacques Prevel, e Lamento por Uma Pedra, a antologia da poesia de W.S. Merwin, numa tradução e seleção de Jorge Sousa Braga.

INFANTOJUVENIL: AVENTURAS E IMAGINAÇÃO SEM LIMITES

Em Fevereiro, David Pintor apresenta O meu pai não sabe desenhar, uma história bem-humorada sobre a relação entre um ilustrador e a sua filha, mostrando como a imaginação pode transformar qualquer pedido.

Em Março, chega Super-Charlie, de Camilla Läckberg, uma coleção divertida sobre um bebé transformado em herói após uma colisão de estrelas. No mesmo mês, os fãs de fantasia poderão explorar Asas de Fogo, de Tui T. Sutherland, com os volumes A profecia dos dragonetes e A herdeira perdida, que misturam lendas, dragões e outros seres mágicos.

Álvaro Magalhães volta a brindar-nos com a sua liberdade criativa sem limites com a nova coleção Malik e os Dinossauros, que leva os leitores 70 milhões de anos atrás, explorando a vida no tempo dos dinossauros.

Em Abril, chega The Creakers, do autor bestseller de livros infantis e músico Tom Fletcher, uma aventura emocionante em que Lucy Dungston enfrenta o mundo dos monstros debaixo da cama para encontrar a sua mãe. Com humor, suspense e ilustrações de Shane Devries, a obra promete conquistar os jovens leitores.

 

 

 

 

 

 

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Novidades Leya - Janeiro de 2025

Ainda Estou Aqui

Marcelo Rubens Paiva

Dom Quixote

Literatura Lusófona. Nas livrarias a 14 de Janeiro

Em Ainda Estou Aqui, Marcelo Rubens Paiva traça uma história dramática da luta da sua família pela verdade. Foi adaptado ao cinema por Walter Salles e tem estreia marcada, em Portugal, para dia 16. Venceu o prémio de Melhor Argumento no Festival de Veneza e lançou Fernanda Torres, que ontem mesmo venceu o Globo de Ouro, na corrida aos Óscares

Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. No meio daquela dor, ela reinventou-se. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmaras. Ao falar de Eunice, e da sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento obscuro da história recente do Brasil para contar – e tentar entender – o que de facto ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele mês de Janeiro de 1971.

Ainda estou aqui foi adaptado ao cinema por Walter Salles, com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro a interpretar Eunice Paiva, em diferentes idades, e Selton Mello no papel de Rubens Paiva.

Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1959, em São Paulo. É escritor, dramaturgo e jornalista. O seu primeiro livro, Feliz ano velho, foi publicado em 1982 e recebeu o Prémio Jabuti de Literatura – Autor Revelação. A seguir, lançou, entre outros, os romances Blecaute (1986), Não és tu, Brasil (1996), Malu de bicicleta (2003), A segunda vez que te conheci (2008) e, mais recentemente, Do começo ao fim (2022). Vive e trabalha em São Paulo.

 

"Despedidas Impossíveis", de Han Kang.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Maria do Carmo Figueira e Ana Saragoça

Nas livrarias a 14 de Janeiro

O romance vencedor do Prémio Médicis 2023 da autora vencedora do Prémio Nobel de Literatura 2024. Numa manhã gelada de Dezembro, Kyungha recebe uma mensagem da sua amiga Inseon – internada num hospital de Seul na sequência de um ferimento grave a cortar madeira – pedindo-lhe que a visite urgentemente. Quando Kyungha chega à enfermaria, Inseon conta-lhe que veio de avião da ilha de Jeju para ser tratada urgentemente e implora-lhe que vá a sua casa dar de comer e beber ao seu periquito, que de contrário morrerá. Uma tempestade de neve fustiga a ilha à chegada de Kyungha e muitos dos autocarros foram cancelados ou sofreram atrasos. As rajadas de vento e o nevão constante não a deixam avançar e de repente a escuridão invade tudo. Kyungha não sabe se chegará a tempo de salvar a ave – nem mesmo se sobreviverá ao frio tremendo daquela noite; e não sabe também a vertigem que a aguarda em casa da amiga, onde a história há muito sepultada da família de Inseon acaba por se revelar, em sonhos e memórias transmitidas de mãe para filha e num arquivo diligentemente organizado que documenta um terrível massacre ocorrido em Jeju.

Despedidas Impossíveis é um hino à amizade, uma elegia à imaginação e, acima de tudo, um poderoso manifesto contra o esquecimento. Como um longo sonho de inverno, estas páginas formam muito mais do que um romance – iluminam uma memória traumática, enterrada ao longo de décadas, que ainda hoje ecoa no peito de muitas famílias.

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul

Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana (2016), o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos (2017) venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco (2019), foi finalista do Man Booker International Prize 2018. Publicou ainda o romance Lições de Grego (2023) e, em 2025, Despedidas Impossíveis, que venceu na edição francesa o Prémio Médicis 2023, na categoria de romance estrangeiro.

Han Kang recebeu igualmente os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. E, «pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana», foi galardoada com o Prémio Nobel de Literatura em 2024. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.

"Fuga sem fim", de Joseph Roth.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de José Sousa Monteiro

Nas livrarias a 14 de Janeiro

A história de Franz Tunda, um homem sem nome, sem crédito, sem posição, sem título, sem dinheiro, sem profissão e, acima de tudo, sem destino.

Franz Tunda, primeiro-tenente do exército austríaco feito prisioneiro pelos russos no início da Primeira Guerra Mundial, consegue evadir-se e vive todo o processo da Revolução Russa sob uma identidade falsa. Um dia, porém, algo o leva a abandonar a Rússia e a partir em busca da sua personalidade perdida na sua terra natal. Será aí que terá de aceitar que se tornou, na sua própria sociedade, o que em termos burocráticos se chama um «desaparecido»: o tratamento que recebe, amigável e respeitoso, é semelhante ao dado aos bibelôs extraídos do seu antigo contexto, entre outras coisas porque uma nova ordem política e moral governa a Europa e, tal como o protagonista, a sua antiga pátria está, por sua vez, «desaparecida». O mesmo acontece com aquela que era sua noiva, cuja busca passa a ocupar parte dos esforços do ex-tenente, que, numa última tentativa de a encontrar, se desloca de Berlim para Paris.

Joseph Roth (1894-1939) é um dos mais importantes romancistas do século XX, e uma das figuras essenciais da literatura centro-europeia. Escritor e jornalista austríaco de origem judaica, nasceu na cidade de Brody, na Galícia Oriental, atual Ucrânia. Combateu na Primeira Guerra Mundial pelo exército austro-húngaro, de 1916 a 1918, tendo sido feito prisioneiro pelo exército russo. A experiência da guerra marcou-o profundamente e viria a inspirar muitos dos seus livros. Depois da guerra, trabalhou como jornalista em Viena e Berlim, e em 1923 começou a sua colaboração com o jornal Frankfurter Zeitung, que o leva a viajar por toda a Europa. Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, e antevendo a catástrofe que se avizinhava, exila-se em Paris, onde, enfraquecido pelo alcoolismo, acabaria por morrer de pneumonia a 27 de maio de 1939, meses antes do deflagrar da Segunda Guerra Mundial.

"O Ladrão de Cadernos", de Ganni Solla.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Ana Maria Pereirinha

Nas livrarias a 28 de Janeiro

O primeiro romance do italiano Gianni Solla publicado em Portugal conta-nos uma magnífica história de superação, de amizade e de amor em tempos de guerra.

Tora e Piccilli (a norte de Caserta), setembro de 1942.

Davide passa os dias, e às vezes também as noites, com os porcos que guarda: conhece-os tão bem que os chama pelo nome. Nasceu coxo e, por isso, é humilhado pelos outros rapazes e maltratado pelo pai. Só Teresa, que passa as tardes a trabalhar na cordoaria da família e aproveita todo o tempo livre para ler, tem coragem de sair em sua defesa. Davide não consegue imaginar outra vida que não a que tem em Tora. Teresa, pelo contrário, repete constantemente que um dia irá para longe, e Davide sabe que ela está a falar a sério. A chegada de trinta e seis judeus vindos de Nápoles, enviados para a aldeia pelas autoridades fascistas, mudará para sempre as suas vidas. Nicolas, um rapaz judeu de uma beleza inquieta, traz consigo um mundo desconhecido e convulsiona os seus dias. Davide começa a frequentar secretamente as aulas do pai de Nicolas, que monta uma escola clandestina. E, assim, o filho analfabeto de um fascista aprende a ler e a escrever graças a um judeu. Juntos, Davide, Teresa e Nicolas exploram não só o campo em torno da aldeia, mas também o território não expresso dos sentimentos. O fantasma de Nicolas acompanhará Davide nos anos do pós-guerra, em Nápoles. Quando ele arranja um trabalho pesado numa fábrica, quando começa por acaso a frequentar uma companhia de teatro, quando – agora já homem, outro homem – pisa o palco como ator aclamado.E será precisamente Nicolas, vivo mas semelhante a um fantasma, que o reconduzirá a Tora, onde tudo começou.

Ganni Solla nasceu em 1974, em Nápoles, onde vive. É autor de contos, peças de teatro e romances, entre os quais O Ladrão de Cadernos, que está a ser traduzido em muitas línguas. "Continuo à Espera de que me Peçam Desculpa", de Michela Marzano.

Continuo à Espera de que me Peçam Desculpa

Michela Marzano

 ASA

Literatura Traduzida

Tradução de Sara Peres

Nas livrarias a 28 de Janeiro

Um romance extremamente atual, candidato ao Prémio Strega, sobre como às vezes só muito tarde as mulheres percebem como sofreram abusos. Houve alturas em que Anna acreditou na igualdade que recompensa independentemente do género, «que não quer saber se usas maquilhagem ou como são as tuas pernas». Mas depois, como muitas raparigas e mulheres, sentia necessidade de ser vista e de se sentir especial. E, perante os olhares, as mãos e as palavras dos homens, não conseguia deixar de ceder – espaço, voz, partes de si –, embora dividida entre o desejo de se mostrar e o pavor de o fazer. E agora, que dá aulas num mestrado em jornalismo, dá por si a discutir o legado do #MeToo com muitos jovens, enquanto pensa em todas as vezes que cedeu. Quantas interpretações damos à palavra «consentimento»? Quando é que podemos ter a certeza de que um «sim» não esconde uma hesitação? Anna procura culpados, mas não tem a certeza de se poder considerar uma vítima. Terá de se perdoar a si mesma, olhando‑se introspetivamente com coragem e sinceridade, para se poder aceitar e seguir em frente. Em todo o caso, continua à espera de que lhe peçam desculpa. Com a curiosidade e a inteligência que caracterizam a sua escrita, Michela Marzano convida-nos a refletir acerca da relação ambígua que temos com os outros e com o nosso próprio corpo.

 

Michela Marzano nasceu em Roma, em 1970.

É filósofa, escritora, cronista dos jornais La Repubblica e La Stampa e autora de, entre outros, Volevo essere una farfalla (2011), L’amore che mi resta, Idda (2017) e Stirpe e vergogna (2021), distinguido com o prémio literário SuperMondello em 2022. Vive em Paris desde 1999, ensinando na Sorbonne, onde é diretora do Departamento de Ciências Sociais. Os seus temas de investigação incluem o corpo e o seu estatuto ético, a ética sexual e a ética da medicina e a filosofia moral. Dirige uma pequena coleção de ensaio filosófico numa editora francesa. "O Ouro dos Corcundas", de Paulo Moreiras. 

O Ouro dos Corcundas

Paulo Moreiras

Casa das Letras

Literatura Lusófona

Nas livrarias a 21 de Janeiro

Nova edição de um romance que nos fala de um herói que, por amor, mudou a História de Portugal

A guerra entre Absolutistas e Liberais está ao rubro quando Vicente Maria Sarmento retorna a Chão de Couce, após receber a notícia da morte do pai.

Mas esse regresso tem um sabor duplamente amargo; em Lisboa, onde viveu os últimos anos, Vicente Maria pertenceu a um bando de salteadores e esteve preso no Limoeiro, donde só saiu por obra e graça dos malhados, que assaltaram a cadeia para libertar os partidários de D. Pedro. Antes de seguir para a casa da mãe, para sossego do corpo e do espírito, Vicente Maria dirige-se para a Venda do Negro, acabando a noite nos braços da puta Tomásia, que nunca esqueceu e a quem promete casamento e vida honesta.

Contudo, o seu regresso reacende na vila antigos ódios e paixões e os seus inimigos estragam-lhe os planos. Não lhe resta, pois, senão juntar-se a um novo grupo de bandidos, esperando que as pilhagens lhe rendam o bastante para se pôr a milhas dali com a amada.

Quem também se vê em apuros é D. Miguel, atacado por todos os lados, a quem as vénias dos corcundas já de nada servem. Projectado o assalto a uma família de fidalgos ricos em viagem, é numa curva da estrada que o bando intercepta uma carruagem, sem saber que os destinos de Portugal se jogam nesse preciso instante. E é pela ousadia de Vicente Maria que, afinal, se alterará o rumo da História, embora os livros injustamente o omitam.

Com uma linguagem poderosa e um humor digno da melhor literatura picaresca, o presente romance é uma homenagem aos heróis anónimos que ajudaram a construir as respectivas nações e um fresco sublime das lutas liberais.

Paulo Moreiras nasceu em Agosto de 1969, na cidade de Lourenço Marques, Moçambique. Em Outubro de 1974 aterrou em Portugal. Quis ser desenhador, cientista, inventor, marinheiro, antropólogo, mas não foi nada disso. Perdeu-se muitas vezes e achou-se outras tantas. Erra mais do que acerta, mas não deixa de ser feliz por isso. Começou na banda desenhada, navegou pela poesia e desaguou no romance com o elogiadíssimo A Demanda de D. Fuas Bragatela (2002).

Seguiram-se Os Dias de Saturno (2009), O Ouro dos Corcundas (2011) e A Vida Airada de Dom Perdigote (2023), finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa 2024. N’O Caminho do Burro (2021) reuniu os seus melhores contos. Também escreve sobre gastronomia, com destaque para Elogio da Ginja (2006) e Pão & Vinho – Mil e Uma Histórias de Comer e Beber (2014).

 

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