Fernando Rosas e Maria Fernanda Rollo
Biografia
Fernando Rosas
Filho e neto de republicanos, frequentou o Liceu Normal de Pedro Nunes, onde participou na fundação da Comissão Pró-Associação dos Liceus (CPA-L), em 1960, aderindo ao Partido Comunista Português, um ano depois. Em 1962, já aluno da Faculdade de Direito de Lisboa, envolve-se na luta académica contra a ditadura e é eleito vice-presidente da CPA-L. Será preso em Janeiro de 1965 e condenado a um ano e três meses de prisão correccional. Em 1968 afasta-se do PCP. Participa na primeira manifestação em Portugal contra a guerra do Vietname, dinamizada por sectores que se ligarão à Esquerda Democrática Estudantil. Em 1969 apoia a Comissão Democrática Eleitoral, para fundar em 1970, o MRPP.
Terminada a licenciatura, torna-se jurista no Gabinete de Estudos e Planeamento dos Transportes Terrestres, em 1969. Em Agosto de 1971 é preso pela segunda vez e submetido à tortura do sono, seguindo-se uma condenação de 14 meses de prisão correccional. Cumprida a pena, é impedido de regressar à função pública. Em 1973 dinamiza a campanha de denúncia pública do assassinato de Amilcar Cabral, o que lhe vale uma tentativa de nova detenção, da qual consegue escapar-se, entrando na clandestinidade até ao 25 de Abril.
Após a revolução passa a dirigir o jornal oficial do MRPP, Luta Popular, até 1979. Apoia as candidaturas presidenciais de Ramalho Eanes, em 1976 e 1980. Afastado do MRPP no último desses anos, será várias vezes candidato independente a deputado, nas listas do Partido Socialista Revolucionário, a partir de 1985.
Em 1982 passou a dedicar-se ao jornalismo, coordenando a página de História do Diário de Notícias e participando na redacção do seu suplemento cultural, até 1992. É, desde esse ano, colunista quinzenal do jornal Público.
Em 1986 conclui o mestrado em História dos Séculos XIX e XX, pela Universidade Nova de Lisboa. É convidado para assistente do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Doutorado em História Contemporânea, em 1990, ascendeu a professor catedrático da FCSH-UNL em 2003. Actualmente preside ao Instituto de História Contemporânea, é consultor da Fundação Mário Soares e director da revista História. A sua investigação centra-se na história do Estado Novo, tendo mais de uma centena de textos publicados nesse domínio.
Fernando Rosas participou na fundação do Bloco de Esquerda em 1999, cuja Comissão Permanente integrou. Foi eleito deputado à Assembleia da República, em 1999 e 2005, pelo Círculo de Setúbal, e em 2009, pelo Círculo de Lisboa1. Foi candidato à Presidência da República em 2001, com o apoio do BE.
Maria Fernanda Rollo
Vice-presidente do Instituto de História Contemporânea da FSCH da UNL.
Doutoramento e Agregação em História Económica e Social Contemporânea.
Professora Auxiliar do Departamento de História da FSCH da Universidade Nova de Lisboa.