
Sinopse
«Matei a minha mulher. Não fiz de propósito, mas é daquelas coisas que, depois de feitas, já não deixam volta a dar.»
É com este verbo e com este possessivo, ambos na mesma frase, que começa o texto de uma das grandes novidades da Bertrand Editora para o mês de maio.
Tendo como pano de fundo um Portugal nas sombras, e através das possibilidades que só a ficção literária oferece, Ana Bárbara Pedrosa, uma das mais inovadoras vozes da literatura portuguesa contemporânea, narra, em Amor estragado, uma história sobre a família enquanto território a proteger, a inveja, o desgosto, o vício e a culpa – do homem que mata e de quem não o impede.
Numa terra do Minho onde toda a gente se conhece, «uma fenda longa num vale em vários tons de verde onde a água corre debaixo de cada pedra», a história conta-se pela voz de dois de quatro irmãos: Manel, o mais velho, que casou porque faltava ele casar e Ema era uma aposta fácil; e Zé, um amor, um ofício, uma família como deve ser e a figura da sensatez. Um cresceu, bebeu, meteu a vida num buraco, humilhou, bateu e matou. O outro percebeu o que era evidente desde o primeiro instante. Mas como se adivinha qual será o instante final?
Depois de Lisboa, chão sagrado e de Palavra do Senhor, Ana Bárbara Pedrosa regressa ao território do romance com uma narrativa de prosa ágil e desarmante – sobre o amor que se estraga, o amor que nunca existiu e o irrecuperável.