Sinopse
Ambientada numa improvável Idade Média, mas mais próxima do que nunca da realidade do nosso tempo, “O Cavaleiro Inexistente” é uma fantasia histórica sobre o eficientíssimo e meticuloso Agilulfo – cavaleiro que, afinal, mais não é do que uma armadura vazia – e o seu surpreendente escudeiro Gurdulu – que existe de facto, embora não saiba o que fazer à vida que tem, acabando por se perder entre as coisas do mundo.
Agilulfo, paladino de Carlos Magno, é um cavaleiro valente e nobre. Tem apenas um defeito: não existe. Ou melhor, a sua existência está limita à armadura que veste: brilhante, branca e... vazia. Agilulfo não consegue comer nem dormir porque, se perder a concentração, mesmo que por um momento, deixa de existir. Acompanhado pelo seu escudeiro Gurdulu, enquanto Carlos Magno sitia Paris, Agilulfo irá correr toda a França, a Inglaterra e o Norte de África para confirmar a castidade da filha do rei da Escócia, que salvou, 15 anos antes, de uma violação.
Nesta espirituosa paródia aos romances de cavalaria, sob a forma de uma história contada por uma freira, há surpreendentes achados narrativos, e a confissão final da freira não é o menor deles.
Depois de “O Visconde Cortado ao Meio” e de “O Barão Trepador”, Italo Calvino escreveu esta história espantosa que encerra a trilogia “Os Nossos Antepassados”, composta por personagens emblemáticas, quase que uma árvore genealógica dos antepassados do homem contemporâneo. Três romances independentes em que o real e o fantástico se fundem numa unidade perfeita.