Sinopse
Com efeito, o romance Bambi. Eine Lebensgeschichte aus dem Walde (1923), do escritor austríaco Felix Salten, não é apenas a história fantasiosa de um jovem veado que, desde muito cedo, foi instruído pela mãe sobre os perigos e mistérios da floresta. Trata-se, principalmente, de uma história de crescimento, na qual o fluir do tempo ocupa uma posição central, na medida em que define os ciclos de vida – da natureza, dos animais, do ser humano – e determina a inevitabilidade da morte.
Com o passar do tempo, o Bambi deixa de ser o pequeno corço que encanta os outros animais da floresta: ele amadurece, apaixona-se, torna-se pai, envelhece, é dolorosamente confrontado com a morte de outros animais e da própria mãe. Também cedo se apercebe que tudo é transitório, não apenas no reino animal mas também no mundo das plantas.
Na luta dura pela sobrevivência, o Bambi adulto encara o ser humano como o seu principal inimigo. Contudo, acaba por descobrir que o perigo também pode existir entre os seus e que o Homem é igualmente um ser frágil e mortal. Como lhe diz o pai, o velho príncipe da floresta: “Ele não está acima de nós! Ele está ao nosso nível e é como nós, pois, como nós, Ele conhece o medo, a miséria e o sofrimento. Ele pode ser subjugado exactamente como nós e então Ele jazz por terra desamparado, tal como nós, tal como tu agora O vês à tua frente.” (Salten: 186, 7)
Estes e outros aspectos conferem a este romance de Salten um carácter intemporal e justificam o seu êxito actual em muitos países, nos quais é ainda entusiasticamente aceite por pessoas de todas as gerações.
CRUZ, Amélia - “A intemporalidade e a universalidade no romance juvenil Bambi. Eine Lebensgeschichte aus dem Walde, de Felix Salten”
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