Sinopse
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Extras
— De que servem, continua ela, de que servem certos enigmas, que inventa quando me fala, como se quisesse martirizar-me? Depende de mim a sua felicidade? Venha recebê-la, que é toda sua. Não imagine então distâncias, nem dificuldades, que eu tenho coragem para me mostrar ao clarão dessas luzes, em frente de quantos aí têm lábios para o sarcasmo, ainda que o rubor haja de me queimar as faces, para dizer — aqui me tem, pertenço-lhe.
— Impossível.
— Impossível!
— O cego adivinha as maravilhas da natureza e adora-as, mas sem poder contemplá las. Eu sou como o cego, Margarida; adoro-a, sem poder mais nada.
— Quer matar-me?
— Quero-lhe muito para a deixar numa vida de quimeras.
— Então que quimeras são?… Fale. Não vê que estou aflita?
— Resume-se tudo numa palavra, que teria a gravidade da situação, se não fosse consagrada pelo abuso ao desenlace de colisões romanescas. Essa palavra é…
— Diga-a.
— Mistério.