Sinopse
Ao contrário de tantos dos seus contemporâneos, como Huxley, por exemplo, Eliot não renunciou; ao contrário de Lawrence, para Eliot a vida não é apenas o que o instinto rege; ao contrário de Joyce e de Virgínia Woolf, Eliot não crê na solidão essencial do homem. Por isso ele, transcendendo as fronteiras iniciais, vem a não temer a acção, por saber que: a acção apropriada é a libertação do passado e também do futuro. Eis o que explica não se haver limitado o poeta T.S. Eliot a uma visão lírica do mundo, egoísta e infecunda, portanto, e ser ele também o crítico que é, elegendo para alicerces doutrinários a fidelidade a uma tradição dinâmica (por acreditar na perenidade da cultura); o repúdio da “dissociação da sensibilidade”, isto é, da quebra da aliança entre o pensamento e o sentimento (aceitando-se, portanto, “o que em mim sente está pensando” como Fernando Pessoa); o querer a “objectividade” a informar o poema…
Assim como ele entende que a criação poética implica “um contínuo auto-sacrifício, uma contínua extinção da personalidade”, deverá também o crítico revestir-se de impersonalidade. Mas em assuntos de grande importância o crítico não deve coagir e não deve emitir juízos de melhor e pior. Ele deve apenas elucidar; o leitor, por si próprio, formará o espírito correcto.