Notícias

Antígona - Rentrée 2022
Conheça as principais publicações da editora Antígona até ao fim do ano.
As Prisões Estão Obsoletas?
Angela Davis
Tradução e prefácio de Sadiq S. Habib
> Já disponível
Depois da publicação de A Liberdade é uma Luta Constante, damos à estampa As Prisões Estão Obsoletas? (2003). Nesta obra, Angela Davis, académica e activista, ícone dos movimentos negro e feminista, debruça-se sobre o conceito e a prática do encarceramento, apontando-o como herança do sistema esclavagista nos EUA (nação com a maior população carcerária do mundo), propondo a transformação radical da forma como a sociedade contempla a punição, o desmantelamento de estruturas que condenam minorias ao encarceramento e a procura de formas alternativas aos actuais sistemas prisionais.
Memória do Fogo I
Os Nascimentos
Eduardo Galeano
Tradução de António Marques
> Já disponível
Memória do Fogo (1982-1986) é a obra de maior fôlego de Eduardo Galeano, fruto de anos de investigação e escrita. Trilogia monumental que desafia as categorias de história e ficção – incompatíveis com a necessidade de expressar a vitalidade do mundo, segundo o autor –, é «a tentativa de resgatar a história viva das Américas em todas as suas dimensões, aromas, cores e dores», traçando a vida de um continente desde os tempos pré-colombianos até aos anos 80, e formando, para muitos, o mais belo historial deste território. O primeiro volume, que se estende das mitologias indígenas sobre a formação do continente ao início do século XVIII, e no qual se sucede um caleidoscópio de conquistados e conquistadores, encerra também um enredo mais vasto: o choque violento entre o Velho e o Novo Mundo.
Cidadã
Claudia Rankine
Tradução de Raquel Madureira e Margarida Vale de Gato
Prefácio de Diana V. Almeida
> 10 de Outubro
Cidadã (2014) é um livro sobre actos de racismo quotidiano, na incisiva prosa poética de Claudia Rankine, autora inédita em Portugal. História colectiva da experiência contemporânea da negritude, reflexão sobre a paradoxal invisibilidade e hipervisibilidade do corpo negro, é também uma elegia a afro-americanos assassinados ou tragicamente abandonados pelos poderes públicos, de Trayvon Martin às vítimas do furacão Katrina. Audacioso também na forma, conjugando texto e imagens (de artistas como Carrie Mae Weems, Nick Cave ou Glenn Ligon), é um livro urgente em tempos de debate sobre raça e igualdade.
Los Angeles Times Book Award 2014 | Forward Prize 2015 | National Book Critics Circle Award 2015 | PEN Open Book Award 2015 | finalista National Book Award 2014
Diário
Volume II
Witold Gombrowicz
Tradução do polaco de
Teresa Fernandes Swiatkiewicz
> 24 de Outubro
Buenos Aires, 1953. Witold Gombrowicz escrevia as primeiras linhas – talvez das mais memoráveis em toda a literatura – deste diário inclassificável, que só a sua morte interromperia em 1969. Estas crónicas estralejantes sobre uma miríade de temas, em que «cada palavra é escrita contra a corrente» e pura dinamite que rebenta com estrondo ideias feitas, converter-se-iam na magnum opus do autor. Nelas nada sai ileso: o efémero conforto das ideologias, a pequenez dos nacionalismos, o provincianismo literário, a arte politicamente comprometida e a humanidade em geral. No segundo e derradeiro volume do Diário, destaca-se o regresso do autor à Europa – Alemanha e França – depois de vinte e quatro anos na Argentina.
100 Boas Razões para me Suicidar Aqui e Agora + 12 Maneiras de Escapar ao Natal
Roland Topor
Tradução de João Berhan
> 7 de Novembro
Um dois-em-um de Roland Topor sobre questões prementíssimas e anualmente renovadas. Correndo o risco de no-los encafuarem nas prateleiras de auto-ajuda das livrarias deste país, apresentamos mesmo assim dois breves textos, tão úteis como pertinentes numa sociedade onde fazer gazeta à consoada é crime de lesa-majestade e as boas razões para falecer nem sempre nos ocorrem em momentos de aperto. Assim, ficai cientes de que tomar a decisão de ir desta para melhor constitui um acto absolutamente louvável, seja para «não aumentar o défice da segurança social», seja porque Marx (o Groucho, não o outro) lá nos espera, seja porque andamos todos cansados de previsões meteorológicas falhadas. Se o problema é mais o Natal, é coisa que se resolve num ápice: basta «perder a memória com uma paulada na cabeça» ou «tornar-se budista ou muçulmano».
O Grito dos Pássaros Loucos
Dany Laferrière
Tradução de Luís Leitão
> 21 de Novembro
O Grito dos Pássaros Loucos (2000) narra o dia em que o mundo do autor desabou e a sua vida mudou para sempre: as últimas horas de Ossos Velhos – alter ego de Dany Laferrière – no Haiti, antes de escapar da ditadura de Duvalier e depois do assassínio do amigo e jornalista Gasner Raymond pelos Tontons Macoutes. Um último dia nas ruas de Port-au-Prince, e uma só pergunta: o exílio ou a morte? É o drama da despedida, da pressa de ver pela última vez os locais da infância, das palavras que ficarão por dizer, e a história de um protagonista que, como Antígona – a metáfora do destino da personagem –, se deve revoltar contra um ditador-Creonte, ainda que o futuro lhe reserve apenas o muro da separação e da solidão. Um romance sobre a condição do exilado e o desenraizamento de homens vítimas de homens.
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Dany Laferrière
em dose dupla
Inédito em Portugal, Dany Laferrière (Haiti, n. 1953) começou a carreira como jornalista em Port-au-Prince. Num país nas garras do ditador Baby Doc, o exílio tornou-se rapidamente um assunto de família: filho de um exilado político, e na lista negra das milícias, fixou-se no Canadá em 1976, depois do assassínio de Gasner Raymond, seu colega e amigo. Membro da Academia Francesa desde 2013 e vencedor de um Prémio Médicis, é hoje um dos pilares da francofonia e um dos maiores vultos literários do Quebeque. É autor de inúmeros romances e livros de crónicas, que se repartem entre as suas vivências no Haiti e as experiências na América do Norte, entre os quais Pays sans Chapeau (1996), L’Énigme du Retour (2009) e L’Art presque perdu de ne rien faire (2011).