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Novidades Leya - Janeiro de 2025

08 Jan, 2025

Ainda Estou Aqui

Marcelo Rubens Paiva

Dom Quixote

Literatura Lusófona. Nas livrarias a 14 de Janeiro

Em Ainda Estou Aqui, Marcelo Rubens Paiva traça uma história dramática da luta da sua família pela verdade. Foi adaptado ao cinema por Walter Salles e tem estreia marcada, em Portugal, para dia 16. Venceu o prémio de Melhor Argumento no Festival de Veneza e lançou Fernanda Torres, que ontem mesmo venceu o Globo de Ouro, na corrida aos Óscares

Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. No meio daquela dor, ela reinventou-se. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmaras. Ao falar de Eunice, e da sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento obscuro da história recente do Brasil para contar – e tentar entender – o que de facto ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele mês de Janeiro de 1971.

Ainda estou aqui foi adaptado ao cinema por Walter Salles, com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro a interpretar Eunice Paiva, em diferentes idades, e Selton Mello no papel de Rubens Paiva.

Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1959, em São Paulo. É escritor, dramaturgo e jornalista. O seu primeiro livro, Feliz ano velho, foi publicado em 1982 e recebeu o Prémio Jabuti de Literatura – Autor Revelação. A seguir, lançou, entre outros, os romances Blecaute (1986), Não és tu, Brasil (1996), Malu de bicicleta (2003), A segunda vez que te conheci (2008) e, mais recentemente, Do começo ao fim (2022). Vive e trabalha em São Paulo.

 

"Despedidas Impossíveis", de Han Kang.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Maria do Carmo Figueira e Ana Saragoça

Nas livrarias a 14 de Janeiro

O romance vencedor do Prémio Médicis 2023 da autora vencedora do Prémio Nobel de Literatura 2024. Numa manhã gelada de Dezembro, Kyungha recebe uma mensagem da sua amiga Inseon – internada num hospital de Seul na sequência de um ferimento grave a cortar madeira – pedindo-lhe que a visite urgentemente. Quando Kyungha chega à enfermaria, Inseon conta-lhe que veio de avião da ilha de Jeju para ser tratada urgentemente e implora-lhe que vá a sua casa dar de comer e beber ao seu periquito, que de contrário morrerá. Uma tempestade de neve fustiga a ilha à chegada de Kyungha e muitos dos autocarros foram cancelados ou sofreram atrasos. As rajadas de vento e o nevão constante não a deixam avançar e de repente a escuridão invade tudo. Kyungha não sabe se chegará a tempo de salvar a ave – nem mesmo se sobreviverá ao frio tremendo daquela noite; e não sabe também a vertigem que a aguarda em casa da amiga, onde a história há muito sepultada da família de Inseon acaba por se revelar, em sonhos e memórias transmitidas de mãe para filha e num arquivo diligentemente organizado que documenta um terrível massacre ocorrido em Jeju.

Despedidas Impossíveis é um hino à amizade, uma elegia à imaginação e, acima de tudo, um poderoso manifesto contra o esquecimento. Como um longo sonho de inverno, estas páginas formam muito mais do que um romance – iluminam uma memória traumática, enterrada ao longo de décadas, que ainda hoje ecoa no peito de muitas famílias.

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul

Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana (2016), o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos (2017) venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco (2019), foi finalista do Man Booker International Prize 2018. Publicou ainda o romance Lições de Grego (2023) e, em 2025, Despedidas Impossíveis, que venceu na edição francesa o Prémio Médicis 2023, na categoria de romance estrangeiro.

Han Kang recebeu igualmente os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. E, «pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana», foi galardoada com o Prémio Nobel de Literatura em 2024. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.

"Fuga sem fim", de Joseph Roth.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de José Sousa Monteiro

Nas livrarias a 14 de Janeiro

A história de Franz Tunda, um homem sem nome, sem crédito, sem posição, sem título, sem dinheiro, sem profissão e, acima de tudo, sem destino.

Franz Tunda, primeiro-tenente do exército austríaco feito prisioneiro pelos russos no início da Primeira Guerra Mundial, consegue evadir-se e vive todo o processo da Revolução Russa sob uma identidade falsa. Um dia, porém, algo o leva a abandonar a Rússia e a partir em busca da sua personalidade perdida na sua terra natal. Será aí que terá de aceitar que se tornou, na sua própria sociedade, o que em termos burocráticos se chama um «desaparecido»: o tratamento que recebe, amigável e respeitoso, é semelhante ao dado aos bibelôs extraídos do seu antigo contexto, entre outras coisas porque uma nova ordem política e moral governa a Europa e, tal como o protagonista, a sua antiga pátria está, por sua vez, «desaparecida». O mesmo acontece com aquela que era sua noiva, cuja busca passa a ocupar parte dos esforços do ex-tenente, que, numa última tentativa de a encontrar, se desloca de Berlim para Paris.

Joseph Roth (1894-1939) é um dos mais importantes romancistas do século XX, e uma das figuras essenciais da literatura centro-europeia. Escritor e jornalista austríaco de origem judaica, nasceu na cidade de Brody, na Galícia Oriental, atual Ucrânia. Combateu na Primeira Guerra Mundial pelo exército austro-húngaro, de 1916 a 1918, tendo sido feito prisioneiro pelo exército russo. A experiência da guerra marcou-o profundamente e viria a inspirar muitos dos seus livros. Depois da guerra, trabalhou como jornalista em Viena e Berlim, e em 1923 começou a sua colaboração com o jornal Frankfurter Zeitung, que o leva a viajar por toda a Europa. Em 1933, quando Hitler chegou ao poder, e antevendo a catástrofe que se avizinhava, exila-se em Paris, onde, enfraquecido pelo alcoolismo, acabaria por morrer de pneumonia a 27 de maio de 1939, meses antes do deflagrar da Segunda Guerra Mundial.

"O Ladrão de Cadernos", de Ganni Solla.

Dom Quixote

Literatura Traduzida

Tradução de Ana Maria Pereirinha

Nas livrarias a 28 de Janeiro

O primeiro romance do italiano Gianni Solla publicado em Portugal conta-nos uma magnífica história de superação, de amizade e de amor em tempos de guerra.

Tora e Piccilli (a norte de Caserta), setembro de 1942.

Davide passa os dias, e às vezes também as noites, com os porcos que guarda: conhece-os tão bem que os chama pelo nome. Nasceu coxo e, por isso, é humilhado pelos outros rapazes e maltratado pelo pai. Só Teresa, que passa as tardes a trabalhar na cordoaria da família e aproveita todo o tempo livre para ler, tem coragem de sair em sua defesa. Davide não consegue imaginar outra vida que não a que tem em Tora. Teresa, pelo contrário, repete constantemente que um dia irá para longe, e Davide sabe que ela está a falar a sério. A chegada de trinta e seis judeus vindos de Nápoles, enviados para a aldeia pelas autoridades fascistas, mudará para sempre as suas vidas. Nicolas, um rapaz judeu de uma beleza inquieta, traz consigo um mundo desconhecido e convulsiona os seus dias. Davide começa a frequentar secretamente as aulas do pai de Nicolas, que monta uma escola clandestina. E, assim, o filho analfabeto de um fascista aprende a ler e a escrever graças a um judeu. Juntos, Davide, Teresa e Nicolas exploram não só o campo em torno da aldeia, mas também o território não expresso dos sentimentos. O fantasma de Nicolas acompanhará Davide nos anos do pós-guerra, em Nápoles. Quando ele arranja um trabalho pesado numa fábrica, quando começa por acaso a frequentar uma companhia de teatro, quando – agora já homem, outro homem – pisa o palco como ator aclamado.E será precisamente Nicolas, vivo mas semelhante a um fantasma, que o reconduzirá a Tora, onde tudo começou.

Ganni Solla nasceu em 1974, em Nápoles, onde vive. É autor de contos, peças de teatro e romances, entre os quais O Ladrão de Cadernos, que está a ser traduzido em muitas línguas. "Continuo à Espera de que me Peçam Desculpa", de Michela Marzano.

Continuo à Espera de que me Peçam Desculpa

Michela Marzano

 ASA

Literatura Traduzida

Tradução de Sara Peres

Nas livrarias a 28 de Janeiro

Um romance extremamente atual, candidato ao Prémio Strega, sobre como às vezes só muito tarde as mulheres percebem como sofreram abusos. Houve alturas em que Anna acreditou na igualdade que recompensa independentemente do género, «que não quer saber se usas maquilhagem ou como são as tuas pernas». Mas depois, como muitas raparigas e mulheres, sentia necessidade de ser vista e de se sentir especial. E, perante os olhares, as mãos e as palavras dos homens, não conseguia deixar de ceder – espaço, voz, partes de si –, embora dividida entre o desejo de se mostrar e o pavor de o fazer. E agora, que dá aulas num mestrado em jornalismo, dá por si a discutir o legado do #MeToo com muitos jovens, enquanto pensa em todas as vezes que cedeu. Quantas interpretações damos à palavra «consentimento»? Quando é que podemos ter a certeza de que um «sim» não esconde uma hesitação? Anna procura culpados, mas não tem a certeza de se poder considerar uma vítima. Terá de se perdoar a si mesma, olhando‑se introspetivamente com coragem e sinceridade, para se poder aceitar e seguir em frente. Em todo o caso, continua à espera de que lhe peçam desculpa. Com a curiosidade e a inteligência que caracterizam a sua escrita, Michela Marzano convida-nos a refletir acerca da relação ambígua que temos com os outros e com o nosso próprio corpo.

 

Michela Marzano nasceu em Roma, em 1970.

É filósofa, escritora, cronista dos jornais La Repubblica e La Stampa e autora de, entre outros, Volevo essere una farfalla (2011), L’amore che mi resta, Idda (2017) e Stirpe e vergogna (2021), distinguido com o prémio literário SuperMondello em 2022. Vive em Paris desde 1999, ensinando na Sorbonne, onde é diretora do Departamento de Ciências Sociais. Os seus temas de investigação incluem o corpo e o seu estatuto ético, a ética sexual e a ética da medicina e a filosofia moral. Dirige uma pequena coleção de ensaio filosófico numa editora francesa. "O Ouro dos Corcundas", de Paulo Moreiras. 

O Ouro dos Corcundas

Paulo Moreiras

Casa das Letras

Literatura Lusófona

Nas livrarias a 21 de Janeiro

Nova edição de um romance que nos fala de um herói que, por amor, mudou a História de Portugal

A guerra entre Absolutistas e Liberais está ao rubro quando Vicente Maria Sarmento retorna a Chão de Couce, após receber a notícia da morte do pai.

Mas esse regresso tem um sabor duplamente amargo; em Lisboa, onde viveu os últimos anos, Vicente Maria pertenceu a um bando de salteadores e esteve preso no Limoeiro, donde só saiu por obra e graça dos malhados, que assaltaram a cadeia para libertar os partidários de D. Pedro. Antes de seguir para a casa da mãe, para sossego do corpo e do espírito, Vicente Maria dirige-se para a Venda do Negro, acabando a noite nos braços da puta Tomásia, que nunca esqueceu e a quem promete casamento e vida honesta.

Contudo, o seu regresso reacende na vila antigos ódios e paixões e os seus inimigos estragam-lhe os planos. Não lhe resta, pois, senão juntar-se a um novo grupo de bandidos, esperando que as pilhagens lhe rendam o bastante para se pôr a milhas dali com a amada.

Quem também se vê em apuros é D. Miguel, atacado por todos os lados, a quem as vénias dos corcundas já de nada servem. Projectado o assalto a uma família de fidalgos ricos em viagem, é numa curva da estrada que o bando intercepta uma carruagem, sem saber que os destinos de Portugal se jogam nesse preciso instante. E é pela ousadia de Vicente Maria que, afinal, se alterará o rumo da História, embora os livros injustamente o omitam.

Com uma linguagem poderosa e um humor digno da melhor literatura picaresca, o presente romance é uma homenagem aos heróis anónimos que ajudaram a construir as respectivas nações e um fresco sublime das lutas liberais.

Paulo Moreiras nasceu em Agosto de 1969, na cidade de Lourenço Marques, Moçambique. Em Outubro de 1974 aterrou em Portugal. Quis ser desenhador, cientista, inventor, marinheiro, antropólogo, mas não foi nada disso. Perdeu-se muitas vezes e achou-se outras tantas. Erra mais do que acerta, mas não deixa de ser feliz por isso. Começou na banda desenhada, navegou pela poesia e desaguou no romance com o elogiadíssimo A Demanda de D. Fuas Bragatela (2002).

Seguiram-se Os Dias de Saturno (2009), O Ouro dos Corcundas (2011) e A Vida Airada de Dom Perdigote (2023), finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa 2024. N’O Caminho do Burro (2021) reuniu os seus melhores contos. Também escreve sobre gastronomia, com destaque para Elogio da Ginja (2006) e Pão & Vinho – Mil e Uma Histórias de Comer e Beber (2014).

 

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