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Novidades Guerra e Paz - Setembro de 2025

02 Set, 2025

Já os roubados beijos de Verão correm a esconder-se nas primeiras escuras nuvens, já começam a cair as folhas do nascente Outono, e é quando chegam os primeiros livros de Setembro. É o tempo exacto para lermos Sophia-Sena: As Cartas. As cartas escreveram-nas Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen, entre 1959 e 1978: são folhas escritas a magenta e ouro, o mais belo – belíssimo – carteio que dois escritores portugueses jamais trocaram. Neste livro, prepare-se para mergulhar num rio de ternura, exaltação, amargura, tanta beleza, exílio e pátria. Há 12 anos fora das livrarias, é uma nova edição, o meu orgulho de Outono.

E quantas folhas outonais, meio-século de Invernos até, não caíram já sobre o nosso império – ai, essa tanta terra, esse império colonial?! E, todavia, sabemos ainda tão pouco de tanta guerra. O historiador José Matos foi em busca de revelações e dá-nos conta, em Ataque Secreto - Operação Mar Verde em Conacri, da maior operação militar da guerra portuguesa em África. José Matos oferece aos leitores drama, informação, surpresas, glória e fracasso. Lê-lo é ir à guerra.

Bem para lá da guerra, com o patrocínio da Jaba Recordati, Anabela Chastre escreveu Luso Liderança - A Liderança Falada em Português e faz-nos uma proposta singular:  desenvolver um modelo de gestão comum, que afirme os países de língua portuguesa no cenário social e económico global.

E começa agora, outonal, o 4.º ano de Os Livros Não se Rendem, essa colecção de que a Fundação Manuel António da Mota e a Mota Gestão e Participações oferecem exemplares a cada uma das mais de 250 bibliotecas da rede pública nacional. Que doçura começar este 4.º ano com a bela Uma História da Filosofia, do francês Luc Ferry. Dos gregos ao presente, este livro é uma conversa que envolve o leitor, e que faz vivos os filósofos mortos. Faz também os velhos textos falar a língua dos nossos dias. Um livro de secretária, de cama, de café, para não largar de Outono a Outono.

Mecenas uma vez, mecenas duas vezes: a Fundação Manuel António da Mota e a Mota Gestão e Participações patrocinam os 5 livros da série Três Séculos de Economia Portuguesa. José Félix Ribeiro é o autor do terceiro, O Estado Novo: da autarcia à internacionalização da economia, um retrato do que foram os planos de fomento do regime de Salazar: um trabalho feito com rigor e sem viés… e sem uma folha morta.

Com a Nova School of Business and Economics e o alto patrocínio da Fundação Amélia de Mello, a colecção Histórias de Liderança vê crescer o seu património com a publicação da biografia de José Maria Sardinha, figura-chave das nossas engenharia mecânica e indústria naval. A autora é Dulce Garcia e o título da obra é José Sardinha - O Gigante Discreto. Não é que há mesmo lideranças inspiradoras!

Agora vejam, do trompete de Miles Davis tombam delicadas autumn leaves, e mais viva do que nunca a economia dança nas folhas perenes deste A Economia Como Eu a Amo e Quero Que a Amem, de Marlène Dolveck, com prefácio do Prémio Nobel, Jean Tirole: este é o livro que quer mesmo mostrar, com carinho, quase a fazer-nos festinhas, que a economia está ao alcance de todos, é útil e é uma ferramenta de lucidez e liberdade: varre-nos da cabeça as folhas secas.

Na minha cabeça, durante esta inteira newsletter, esteve sempre a cantar-se Les Feuilles Mortes, canção que o francês Joseph Kosma compôs e dez gerações de americanos reinventaram depois. Diria que foi a ver tombarem tantas folhas e a árvore da vida a murchar, que Pedro Gomes Sanches, cronista do Expresso, escreveu Rendição ou a Ascensão dos Idiotas, um livro arrebatado, combativo, identificando um ignaro e repressivo populismo no movimento woke. Guerra aberta, com uma prosa elegante e de cáustico humor, o Pedro é acompanhado pelo prefácio de João Pereira Coutinho e pelas elogiosas recomendações de duas figuras de pensamento tão diferente como Álvaro Beleza e Pedro Passos Coelho. Um livro forte e seguro, agora, quando as folhas de Outono começam a cair and I miss you most of all my darling.

É altura de deixar falar a Rita Fonseca, que na Crisântemo nos oferece A Liderança Veste Rosa, de Sandra May, uma autora multifacetada: foi militar, foi bailarina, escreve, é mãe e faz palestras. Quer provar-nos que é mesmo isso: essa bela variedade é que pode singularizar a liderança feminina. Com Sandra, não há folhas mortas, nem se prescinde de nada.

Na Euforia, a chancela que em 2025 tem crescido a quase 400%, a Rita quer assombrar o mercado com Rook & Rebel, de Kate Crew, um romance de motoqueiros tatuados, todo feito de alta velocidade. História de perseguição e vingança, mostra-nos que nem sempre a retaliação é uma auto-estrada. Sobretudo quando a atracção fatal se mete ao barulho.

Os gritos! É pelos gritos que começa o romance new adult de Molly Doyle. Na noite do Dia das Bruxas, em Grita por Nós há três mascarados a virem das sombras. E há uma mulher cativa. Há desejo e há perigo. Com uma certeza: o jogo termina ao amanhecer. Gritem, se não for assim.

Manuel S. Fonseca, editor

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