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Poema e Poesia de Maria Teresa Horta

É cálida flor 
E trópica mansamente 
De leite entreaberta às tuas 
Mãos 

Feltro das pétalas que por dentro 
Tem o felpo das pálpebras 
Da língua a lentidão 

Guelra do corpo 
Pulmão que não respira 

Dobada em muco 
Tecida em água 

Flor carnívora voraz do próprio 
suco 
No ventre entorpecida 
Nas pernas sequestrada. 

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