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Poema e Poesia de Florbela Espanca

A meu irmão 

Eu tenho lido em mim, sei-me de cor, 
Eu sei o nome ao meu estranho mal: 
Eu sei que fui a renda dum vitral, 
Que fui cipreste, caravela, dor! 

Fui tudo que no mundo há de maior: 
Fui cisne, e lírio, e águia, e catedral! 
E fui, talvez, um verso de Nerval, 
Ou, um cínico riso de Chamfort... 

Fui a heráldica flor de agrestes cardos, 
Deram as minhas mãos aroma aos nardos... 
Deu cor ao eloendro a minha boca... 

Ah! de Boabdil fui lágrima na Espanha! 
E foi de lá que eu trouxe esta ânsia estranha, 
Mágoa não sei de quê! Saudade louca! 

em "Livro de Sóror Saudade"

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