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Poema e Poesia de Al Berto

Amor
Al Berto

Ofício de Amar

Ofício de Amar

já não necessito de ti 
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste 
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras 
                                             [galáxias, e 
                                             [o remorso 

um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio 
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração 
não, não preciso mais de mim 
possuo a doença dos espaços incomensuráveis 
e os secretos poços dos nómadas 

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto 
deixei de estar disponível, perdoa-me 
se cultivo regularmente a saudade de meu próprio corpo 

Em “O Medo”

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