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Poema e Poesia de Alberto Caeiro

Mundo
Alberto Caeiro

Como um Grande Borrão de Fogo Sujo

Como um grande borrão de fogo sujo 
O sol posto demora-se nas nuvens que ficam. 
Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma. 
Deve ser dum comboio longínquo. 
Neste momento vem-me uma vaga saudade 
E um vago desejo plácido 
Que aparece e desaparece. 
Também às vezes, à flor dos ribeiros, 
Formam-se bolhas na água 
Que nascem e se desmancham 
E não têm sentido nenhum 
Salvo serem bolhas de água 
Que nascem e se desmancham. 

em "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXVII" 

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