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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Vejo que nem um Breve Engano Posso Te

Quando de minhas mágoas a comprida 
Maginação os olhos me adormece, 
Em sonhos aquela alma me aparece, 
Que para mi foi sonho nesta vida. 

Lá numa soidade, onde estendida 
A vista por o campo desfalece, 
Corro após ela; e ela então parece 
Que mais de mi se alonga, compelida. 

Brado: − Não me fujais, sombra benina. − 
Ela (os olhos em mi c'um brando pejo, 
Como quem diz que já não pode ser) 

Torna a fugir-me; torno a bradar: − Dina... 
E antes que diga mene, acordo, e vejo 
Que nem um breve engano posso ter. 

em "Sonetos"

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