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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Com Tornar-vos a Ver Amor me Cura

Ferido sem ter cura perecia 
O forte e duro Télefo temido 
Por aquele que na água foi metido, 
E a quem ferro nenhum cortar podia. 

Quando a apolíneo Oráculo pedia 
Conselho para ser restituído, 
Respondeu-lhe, tornasse a ser ferido 
Por quem o já ferira, e sararia. 

Assim, Senhora, quer minha ventura, 
Que ferido de ver-vos claramente, 
Com tornar-vos a ver Amor me cura. 

Mas é tão doce vossa formosura, 
Que fico como o hidrópico doente, 
Que bebendo lhe cresce mor secura. 

em "Sonetos"

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