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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Não Canse o Cego Amor de me Guiar

Pois meus olhos não cansam de chorar 
Tristezas não cansadas de cansar-me; 
Pois não se abranda o fogo em que abrasar-me 
Pôde quem eu jamais pude abrandar; 

Não canse o cego Amor de me guiar 
Donde nunca de lá possa tornar-me; 
Nem deixe o mundo todo de escutar-me, 
Enquanto a fraca voz me não deixar. 

E se em montes, se em prados, e se em vales 
Piedade mora alguma, algum amor 
Em feras, plantas, aves, pedras, águas; 

Ouçam a longa história de meus males, 
E curem sua dor com minha dor; 
Que grandes mágoas podem curar mágoas. 

em "Sonetos"

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