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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Poesia
Luís Vaz de Camões

Que o Rudo Engenho Meu me Desengana

De tão divino acento em voz humana, 
De elegâncias que são tão peregrinas, 
Sei bem que minhas obras não são dignas, 
Que o rudo engenho meu me desengana. 

Porém da vossa pena ilustre mana 
Licor que vence as águas Cabalinas; 
E convosco do Tejo as flores finas 
Farão inveja à cópia Mantuana. 

E pois a vós, de si não sendo avaras, 
As filhas de Mnemósine fermosa 
Partes dadas vos têm ao mundo claras; 

A minha Musa, e a vossa tão famosa, 
Ambas se podem nele chamar raras, 
A vossa de alta, a minha de invejosa. 

em "Sonetos"

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