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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Nascerão Saudades de Meu Bem

Alegres campos, verdes arvoredos, 
Claras e frescas águas de cristal, 
Que em vós os debuxais ao natural, 
Discorrendo da altura dos rochedos; 

Silvestres montes, ásperos penedos 
Compostos de concerto desigual; 
Sabei que, sem licença de meu mal, 
Já não podeis fazer meus olhos ledos. 

E pois já me não vedes como vistes, 
Não me alegrem verduras deleitosas, 
Nem águas que correndo alegres vêm. 

Semearei em vós lembranças tristes, 
Regar-vos-ei com lágrimas saudosas, 
E nascerão saudades de meu bem. 

em "Sonetos"

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