Cândido de Figueiredo
1846 - 1925
Biografia
Lexicólogo, jornalista, poeta e tradutor. Em 1867 concluiu, no Seminário Episcopal de Viseu, o curso de Teologia; em 1874 licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. É para exercer a advocacia que, em 1876, vai para Lisboa, onde foi professor de liceu e onde viria a assumir funções superiores no Ministério da Justiça e noutros sectores da Administração Pública. Foi secretário particular de Bernardino Machado. Em 1876 fundou, com Luciano Cordeiro, a Sociedade de Geografia. Foi sócio, entre outras instituições, da Sociedade Asiática de Paris, da Real Academia Espanhola, da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, à qual presidia à data da sua morte.
É com um livro de versos – Quadros Cambiantes – que, em 1867, se estreia na literatura. Outros se seguiriam a moldar uma obra poética que, sendo vasta, é, contudo, «pouco mais que um prurido de juventude» de um «versejador correcto, mas estrito, e sem brilho, destituído de imaginação e de intuição» (J. Gaspar Simões, História da Poesia Portuguesa, vol. II, p. 486). Será, contudo, em A Folha, revista de inspiração parnasiana cujo primeiro número sai em 1868, que, ao lado de João Penha, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, entre outros poetas mais ou menos militantes da «correcção quase científica da forma» ou de um realismo que de algum modo lhe é adverso, Cândido de Figueiredo se afirmará, já como poeta, já como crítico.
Em muitos outros periódicos colaborou, desde O Panorama ao Progresso, à Grinalda, ao Cenáculo Revista de Portugal, ao Ocidente ou ao Diário de Notícias – aqui com o pseudónimo de Cedef.
Um outro pseudónimo – o de João Caturra Júnior – aponta nele, entretanto, um purista da língua portuguesa. E é esse empenho numa correcção dos erros comuns em ortografia e sintaxe que, independentemente da maior ou menor validade dos seus critérios filológicos, notabiliza o nome de Cândido de Figueiredo. Mantém então uma regular atenção a estes problemas através de sistemática colaboração, tanto em Portugal como no Brasil, em colunas como «Falar e escrever», do Diário de Notícias. Em 1899 publica o Novo Dicionário de Língua Portuguesa, em 2 vols., e em 1911 integra, ao lado de Carolina Michaëlis, Gonçalves Viana, Leite de Vasconcelos e José Joaquim Nunes, a comissão encarregada da fixação das bases de ortografia portuguesa.
Além das mencionadas, Cândido de Figueiredo publicou várias obras de carácter didáctico, não só nos campos da filologia e da literatura como nos da história, da geografia, direito e economia, etc. Autor também de várias traduções, nomeadamente O Último Abencerragem de Chateaubriand, A Pomba de Alexandre Dumas, A Inteligência das Flores de Maeterlinck. Usou também o pseudónimo de Lourenço de Braga.
É com um livro de versos – Quadros Cambiantes – que, em 1867, se estreia na literatura. Outros se seguiriam a moldar uma obra poética que, sendo vasta, é, contudo, «pouco mais que um prurido de juventude» de um «versejador correcto, mas estrito, e sem brilho, destituído de imaginação e de intuição» (J. Gaspar Simões, História da Poesia Portuguesa, vol. II, p. 486). Será, contudo, em A Folha, revista de inspiração parnasiana cujo primeiro número sai em 1868, que, ao lado de João Penha, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, entre outros poetas mais ou menos militantes da «correcção quase científica da forma» ou de um realismo que de algum modo lhe é adverso, Cândido de Figueiredo se afirmará, já como poeta, já como crítico.
Em muitos outros periódicos colaborou, desde O Panorama ao Progresso, à Grinalda, ao Cenáculo Revista de Portugal, ao Ocidente ou ao Diário de Notícias – aqui com o pseudónimo de Cedef.
Um outro pseudónimo – o de João Caturra Júnior – aponta nele, entretanto, um purista da língua portuguesa. E é esse empenho numa correcção dos erros comuns em ortografia e sintaxe que, independentemente da maior ou menor validade dos seus critérios filológicos, notabiliza o nome de Cândido de Figueiredo. Mantém então uma regular atenção a estes problemas através de sistemática colaboração, tanto em Portugal como no Brasil, em colunas como «Falar e escrever», do Diário de Notícias. Em 1899 publica o Novo Dicionário de Língua Portuguesa, em 2 vols., e em 1911 integra, ao lado de Carolina Michaëlis, Gonçalves Viana, Leite de Vasconcelos e José Joaquim Nunes, a comissão encarregada da fixação das bases de ortografia portuguesa.
Além das mencionadas, Cândido de Figueiredo publicou várias obras de carácter didáctico, não só nos campos da filologia e da literatura como nos da história, da geografia, direito e economia, etc. Autor também de várias traduções, nomeadamente O Último Abencerragem de Chateaubriand, A Pomba de Alexandre Dumas, A Inteligência das Flores de Maeterlinck. Usou também o pseudónimo de Lourenço de Braga.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990