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A Paixão do Conde de Fróis

Mário de Carvalho

1996 Editorial Caminho

Sinopse

Tupa que tupa, passo medido e aprumo impante se formou ali ao fundo um grupo que veio vindo para a praça, a chouto de parada, com os dois oficiais designados à frente, seguidos pelos porta-bandeiras, com o lírio francês e o leão espanhol e mais uns cavaleiros bem empenachados e ataviados.
Do alto da torre de S. Gens, o conde de Fróis acompanhava-lhes a progressão com o grande óculo de marinha, desde a formatura junto ao molhe de cavaleiros distante, até ao espaço de terreno em que caracoleavam agora, obra de duas espingardas de muros.
Irritou-o o desplante da embaixada. Nada de sinais de paz: antes uma arrogância muito ufana de quem entra em redondel de touros e faz bom corpo para a damaria e basbaques. O conde espanhol, de peito descoberto, trazia a mão na anca e manobrava a montada, negligentemente, pelo bridão. O francês, de casaca azul, recamada de medalhas, falava-lhes sorrindo, uma das mãos soltas em gestos preciosos. Vinham vindo, e nem para a praça olhavam.
— Eu já lhes dou o ripanço! — murmurou o conde para consigo. E chamou o capitão da guarda.

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