Sinopse
Do século III a.C. ao século IV d. C., Bárbaros reúne mais de 700 de conflitos e lutas pelo poder. Eis a ascensão e queda do Império Romano narrada através da perspetiva dos líderes e povos bárbaros. Para os romanos, eram tribos selvagens e primitivas mas, na verdade, revelaram-se alguns dos guerreiros mais destemidos da História, dispostos a morrer em nome da liberdade.
Quem eram os povos bárbaros? Quais as suas principais figuras? Quais as batalhas mais determinantes? Qual a força da resistência do povo de Viriato? Como caiu o grande império do Ociente? Bárbaros reúne as respostas a estas e a muitas outras questões, num relato épico sobre o período histórico que construiu a história moderna do mundo ocidental.
Na Península Ibérica, a que os romanos chamavam Hispânia, as coisas estavam longe de correr bem. Apesar de as suas legiões já se encontrarem há mais de meio século em solo hispânico e de o Senado não ter restringido o envio de homens e recursos, as tribos autóctones conseguiam aquilo que os exércitos mais poderosos do mundo não tinham sido capazes: repelir a investida e resistir durante décadas às sucessivas tentativas romanas de submeter ao seu domínio as cobiçadas terras do Ocidente.
Nessa luta cruel, dois nomes não tardaram em transformar ‑se no pesadelo de senadores prepotentes, generais ambiciosos e, inclusive, dos soldados. Um deles era o de um homem: Viriato, o chefe dos lusitanos; o outro era o de um lugar, Numância, a cidade dos arévacos. Durante vinte anos, estes dois nomes foram sucessivamente pronunciados por todo o universo romano provocando perplexidade e incerteza. A ansiedade por conhecer as causas desse fracasso continuado misturava‑se com o medo de que o expansionismo romano estivesse a chegar ao fim e de que as bases da estabilidade da República começassem a diluir ‑se, pondo em perigo a vida de milhões de pessoas. Foram anos em que o mundo civilizado não perdeu de vista um recanto selvagem do Ocidente mais distante em que alguns bárbaros puseram em dúvida a viabilidade de uma civilização pretensamente superior. O heroísmo dos seus chefes e a tenacidade dos seus homens e mulheres ecoam hoje em dia aos nossos ouvidos e reavivam a chama da admiração ilimitada que suscitaram na Antiguidade. (Excerto Págs.. 71 e 72)