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Poema e Poesia de Antero de Quental

Em sonho, às vezes, se o sonhar quebranta 
Este meu vão sofrer; esta agonia, 
Como sobe cantando a cotovia, 
Para o céu a minh'alma sobe e canta. 

Canta a luz, a alvorada, a estrela santa, 
Que ao mundo traz piedosa mais um dia... 
Canta o enlevo das cousas, a alegria 
Que as penetra de amor e as alevanta... 

Mas, de repente, um vento humido e frio 
Sopra sobre o meu sonho: um calafrio 
Me acorda. — A noite é negra e muda: a dor 

Cá vela, como d'antes, ao meu lado... 
Os meus cantos de luz, anjo adorado, 
São sonho só, e sonho o meu amor! 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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