loading gif
Loading...

Poema e Poesia de Antero de Quental

Adornou o meu quarto a flor do cardo, 
Perfumei-o de almiscar recendente; 
Vesti-me com a purpura fulgente, 
Ensaiando meus cantos, como um bardo; 

Ungi as mãos e a face com o nardo 
Crescido nos jardins do Oriente, 
A receber com pompa, dignamente, 
Mysteriosa visita a quem aguardo. 

Mas que filha de reis, que anjo ou que fada 
Era essa que assim a mim descia, 
Do meu casebre á humida pousada?... 

Nem princezas, nem fadas. Era, flor, 
Era a tua lembrança que batia 
Ás portas de ouro e luz do meu amor! 

Antero de Quental, in 'Sonetos'

Voltar

Faça o login na sua conta do Portal