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Poema e Poesia de Florbela Espanca

Engano
Florbela Espanca

As Minhas Ilusões

Hora sagrada dum entardecer 
De Outono, à beira-mar, cor de safira, 
Soa no ar uma invisível lira ... 
O sol é um doente a enlanguescer ... 

A vaga estende os braços a suster, 
Numa dor de revolta cheia de ira, 
A doirada cabeça que delira 
Num último suspiro, a estremecer! 

O sol morreu ... e veste luto o mar ... 
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar, 
À flor das ondas, num lençol de espuma. 

As minhas Ilusões, doce tesoiro, 
Também as vi levar em urna de oiro, 
No mar da Vida, assim ... uma por uma ... 

em "Livro de Mágoas"

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