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Poema e Poesia de Luís Vaz de Camões

Amor
Luís Vaz de Camões

Vossos Olhos, Senhora, que Competem

Vossos olhos, Senhora, que competem 
Com o Sol em beleza e claridade, 
Enchem os meus de tal suavidade, 
Que em lágrimas de vê-los se derretem. 

Meus sentidos prostrados se submetem 
Assim cegos a tanta majestade; 
E da triste prisão, da escuridade, 
Cheios de medo, por fugir remetem. 

Porém se então me vedes por acerto, 
Esse áspero desprezo com que olhais 
Me torna a animar a alma enfraquecida. 

Oh gentil cura! Oh estranho desconcerto! 
Que dareis c' um favor que vós não dais, 
Quando com um desprezo me dais vida? 

em "Sonetos"

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