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Poema e Poesia de Fernando Namora

Quem vem de longe e sabe o nome do meu lugar 
e levou o caminho das conchas em mar 
e dos olhos em rio 
— quem vem de longe chorar por mim? 

Quem sabe que eu findo de dureza 
e condensa ternura em suas mãos 
para a derramar em afagos 
por mim? 

Quem ouviu a angústia do meu brado, 
sirene de um navio a vadiar no largo, 
e me traz seus beijos e sua cor, 
perdendo-se na bruma das madrugadas 
por mim? 

Quem soube das asperezas da viagem 
e pediu o pão negado 
e o suor ao corpo torturado, 
por mim? por mim? 

Quem gerou o mundo e lhe deu seu nome 
e seu tamanho — imenso, imenso, 
e em mim cabe? 

Em "Mar de Sargaços"

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