
Sinopse
Às vezes, a vida é um filão inesgotável de inspiração. Vou tirar "às vezes". É sempre!
São as mesmas palavras que fazem a guerra e fazem o amor. As mesmas, as vidas de pasmo e de aflição. Porém, há versos escritos com o suor das horas. Palavras que têm o fogo da alma. Letras escritas com pingos salgados.
Nesses casos, o leitor sente. E vai mais além. Fixa o espaço vazio entre as letras e olha a solidão que o acompanha até à morte.
Pó, um dia cinzas, somos por breves momentos tocados por palavras que ressumam da vida, reverberam a mágoa e sobretudo mostram a falta de sentido da existência.
Mas porque havia de ter sentido o contingente evoluir de anémonas no caldo do imenso universo?
Muitas vezes, o poema faz do choro canção. Mesmo sem descobrir o sentido da vida, impõe-se com um sorriso eterno. É isso que ele nos quer dizer.
Creio que este livro abre o alçapão: das misérias para o magnífico. Um rasgo da humanidade comum a todos, descrita com invulgar precisão.
Despencamos, sim, mas com a alegria dos moços.
Artur Manuel da Silva Oliveira