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Sinopse

As mães sabem coisas que ninguém mais sabe. Parece que têm apenas cinco sentidos, mas não. Porque os olhos das mães têm superpoderes, atravessam paredes e veem os disparates dos filhos ainda antes de eles pensarem sequer em fazê-los. Ouvem também sons impossíveis, como o silêncio, que nunca é bom sinal. Do olfato não se fala, porque ao nariz de mãe não escapa nada. Tão depressa descobre a t-shirt enrolada atrás do sofá, como deteta o cheiro da malandrice iminente, ou, quem sabe, do mouro que se avizinha na costa. Paladar de mãe também é único, e não estamos a falar da comidinha especial nos dias de mimo (ou de doença). Só elas conhecem o sabor secreto dos filhos, e no sal das lágrimas adivinham logo o que mais nelas se esconde. E não vamos falar do tacto. Dedos de mãe lêem sempre em braille todas as emoções dos filhos, mesmo quando eles, convencidos de que são “crescidos”, recusam o cafuné.

As mães têm tudo, mas às vezes esquecem-se. Teimam em ser melhores ainda do que as mães delas. E desafiam Deus, quando procuram estar em todo o lado ao mesmo tempo. E roídas pelo remorso, acham sempre que podiam ter feito melhor! "Querida Mãe" é uma espécie de carta de Eduardo Sá para as mães. Para lhes lembrar (com muito jeitinho) que elas não têm (mesmo) de ser perfeitas. Podem arriscar e errar um pouco mais. E ainda assim – fiquem descansadas – nunca andarão muito longe da perfeição.

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