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Quando Tudo se Desmorona

Chinua Achebe

2008

Sinopse

Esta é a história de Okonkwo, um guerreiro afamado em nove aldeias dos Ibo, na Nigéria, entre o final do século XIX e o início do século XX. Okonkwo vive no seio do clã de Umuofi a com as suas três mulheres e os seus fi lhos, empenhado em conquistar o título mais nobre do seu povo. A sua vida é marcada pelo medo de falhar, pelo orgulho que sente nas suas tradições e pela enorme ambição de demonstrar à aldeia que é um dos seus filhos mais ilustres.
Chinua Achebe retrata neste romance um poderoso povo de guerreiros, leal aos seus costumes e aos seus mitos, mas com características sociais muito avançadas. Os eventos que aí se sucedem recordam a chegada dos primeiros missionários britânicos com o intuito de "pacificar" a região: os massacres descritos nestas páginas assemelham-se aos perpetrados pelos próprios ingleses naquela época.
Este romance faz parte do currículo oficial em escolas africanas e em países anglo-saxónicos, por ser visto como o arquétipo da literatura moderna africana. Foi um dos primeiros romances africanos escrito em língua inglesa a ser aclamado mundialmente.

Críticas ao livro " Quando Tudo se Desmorona "

Fonte: José Riço Direitinho, Público/Ípsilon
«Com "Quando Tudo Se Desmorona", Chinua Achebe renova o romance em língua inglesa com realidades até então ausentes. Escreve sobre África sentindo-a por dentro, descrevendo as suas "entranhas" menos conhecidas - mas sem recorrer ao facilitismo de "desfile etnográfico" - em oposição aos romances "estrangeiros", em que a realidade é vista de fora e não raras vezes de modo arrogante e etnocêntrico. Usa a forma canónica do romance - que é na origem uma arte europeia - e "enche-a" com a estética da tradição oral africana. Achebe sabe contar histórias (...) A linguagem é muito telúrica, o que empresta à narração uma vertente poética que prende o leitor mesmo nos momentos em que nada acontece (...) Achebe consegue mostrar-nos, numa escrita elegante e luminosa, os efeitos de um "choque de civilizações", quer a nível colectivo quer a nível individual. Mas talvez o mais importante seja a ideia que atravessa a última parte do livro: a esperança no diálogo e na responsabilidade dos cidadãos como elementos facilitadores da adaptação à inevitável mudança. E sobretudo como factores de sobrevivência numa África que parece condenada à hipocrisia e à desgraça.»

Fonte: Ana Cristina Leonardo, Expresso
«Para começar: este é um livro belíssimo, e a frase de José Riço Direitinho inscrita na capa - «uma obra-prima» - é muito mais do que «marketing», é verdadeira. (...) Publicado em 1958, narra a ascensão e queda de Okonkwo, o destemido Ibo da aldeia nigeriana de Umuofia a quem será dado assistir ao desmoronar do seu mundo, invadido pelo homem branco cristão. Drama colonial contado com uma objectividade a que só o grande romance pode almejar, chega expurgado de ideologia mas não de humanidade. (...) Chinua Achebe (n.1930), ele próprio nigeriano, traça em cadência perfeita os tempos pré e coloniais, preenchendo-os com pormenores realistas, sem nunca descambar no folclore ou no exótico, sem nunca dourar a pílula aos costumes, sem nunca aprimorar o herói. (...) Uma plêiade de personagens secundárias povoa a história, enriquecendo-a. (...)Todos eles compõem uma África (mágica e feroz) que morre dolorosamente na última página, não sem ironia, vingada na escrita de Chinua Achebe.»

Fonte: José Riço Direitinho, Público
«Chinua Achebe é uma voz incómoda para alguns intelectuais africanos que, a qualquer pretexto, desfraldam a bandeira da ‘vitimização’ do continente, demitindo-se assim de responsabilidades; e é-o também para um certo Ocidente ‘trendy’ que não se consegue ver livre de um exacerbado complexo de culpa histórica e que, com essa disfarçada atitude ‘paternalista’, mais não faz do que legitimar a hipocrisia e a desgraça. Quando Tudo se Desmorona, uma eloquente obra-prima da literatura, é um bom exemplo da razão dessa incomodidade.»

Fonte: Ed Pilkington, The Guardian
«Quando Tudo se Desmorona revolucionou a percepção que o Ocidente tinha de África - uma percepção que até essa altura se baseara unicamente na opinião do colonizador branco, opinião essa que era, na melhor das hipóteses, antropológica e, na pior, fazendo minha a famosa crítica de Achebe a O Coração das Trevas de Joseph Conrad, "consumadamente racista".»

Fonte: The Observer
«Achebe é o avô da literatura africana. Ao receber este galardão, deixou para trás ilustres concorrentes como Doris Lessing, Salman Rushdie, Philip Roth e Ian McEwan. O prémio homenageia uma vida a relatar as angústias da moderna experiência africana e a retratar temas africanos através desse meio de expressão ocidental que é o romance.»

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