O Retorno

Dulce Maria Cardoso

2011 Tinta da China

Sinopse

1975 Luanda. A descolonização instiga ódios e guerras. Os brancos debandam e em poucos meses chegam a Portugal mais de meio milhão de pessoas. O processo revolucionário está no seu auge e os retornados são recebidos com desconfiança e hostilidade. Muitos não têm para onde ir nem do que viver. Rui tem quinze anos e é um deles.

1975. Lisboa. Durante mais de um ano, Rui e a família vivem num quarto de um hotel de 5 estrelas a abarrotar de retornados — um improvável purgatório sem salvação garantida que se degrada de dia para dia. A adolescência torna-se uma espera assustada pela idade adulta: aprender o desespero e a raiva, reaprender o amor, inventar a esperança. África sempre presente mas cada vez mais longe.

Comentários

A mostrar os últimos 20 comentários:

Licínio Martins , 25/09/2015 21:59

São tempos contado por quem os viveu e retratados com as tintas e cores que conheceu. Também participei de alguma coisa que chega a ter quase as mesmas cores e tintas, e que foi difícil e dolorosa: O êxodo pós guerra iniciado ao fim da década de 40, principalmente para o Brasil. Não fui um retornado mas em síntese, senti-me exilado. Não saberia dizer o que é pior porque não retornei por 60 anos, mas tenho certo que a vida de uma criança exilada e que começa a compreender o mundo longe de casa aos 7 anos é extremamente penosa... Só o sabe que está longe de sua pátria e não vê como possa voltar a pisar em solo sagrado.