
Sinopse
Essa palavra saudade, tão atávica do povo lusófono, está gravada a golpes de catana em cada página deste livro de poemas.
Ana Casanova Pinto, é uma angolana da diáspora, lá, onde se vê melhor, por cima dos picos da serra da Leba, sente-se, mais vibrantemente os êxitos e os fracassos que a vida coloca no caminho desta terra vermelha.
É uma viagem pelo passado, pelo presente e pelo futuro de uma Angola portentosa e que deve ser exemplo único de desenvolvimento num país saído «há dias» de uma guerra de Abel e Caím. Só um grande país poderia realizar o que Angola realizou em meia dúzia de anos. É isso que espanta tudo e todos, é disso que se orgulham os angolanos e todos os que amam Angola ,e por maioria de razão, Ana Casanova Pinto, angolana de nascença. Na sua poesia, Ana faz constantes flashback, numa inquietação de quem lida com a saudade como o pão e o vinho de que se alimenta a poesia. E Angola deve-lhe isso.
A fidelidade, o amor, o desejo de partilha.
Espero que todos os angolanos entendam que a poesia, como todo o ato de criação, é um parto com dor, mas repleto de felicidade, como quem põe um filho no mundo. É Angola que brota das suas veias, é a mata que emerge do seu coração, são os cheiros, as cores, as vozes os pés que sulcam a terra vermelha que só entende quem a conhece.
Este contributo para a literatura angolana, fica bem espelhado, logo nos primeiros versos de Ana Casanova Pinto, quando ela diz:
E é na hora em que o céu arde
Nessa terra vermelha da abundância
Que me sinto fruto da paisagem
Semente adubada de amor e orgulho
Que o Vento da distância e da saudade
Apenas faz aumentar.
Feche os olhos, sinta, respire poesia, faça o favor de ser feliz!
Hélder Freire - Jornalistanopse por Hélder Freire, Jornalista (Autor do Prefácio)