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Poema e Poesia de Antero de Quental

Alma
Antero de Quental

Voz Interior

(A João de Deus) 

Embebido n'um sonho doloroso, 
Que atravessam fantásticos clarões, 
Tropeçando n'um povo de visões, 
Se agita meu pensar tumultuoso... 

Com um bramir de mar tempestuoso 
Que até aos céus arroja os seus cachões, 
Através d'uma luz de exalações, 
Rodeia-me o Universo monstruoso... 

Um ai sem termo, um trágico gemido 
Ecoa sem cessar ao meu ouvido, 
Com horrível, monótono vaivém... 

Só no meu coração, que sondo e meço, 
Não sei que voz, que eu mesmo desconheço, 
Em segredo protesta e afirma o Bem! 

Antero de Quental, in "Sonetos"

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