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Poema e Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Senhor se da tua pura justiça 
Nascem os monstros que em minha roda eu vejo 
É porque alguém te venceu ou desviou 
Em não sei que penumbra os teus caminhos 

Foram talvez os anjos revoltados. 
Muito tempo antes de eu ter vindo 
Já se tinha a tua obra dividido 

E em vão eu busco a tua face antiga 
És sempre um deus que nunca tem um rosto 

Por muito que eu te chame e te persiga. 

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