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Poema e Poesia de Fernando Namora

Onde ficava o mundo? 
Só pinhais, matos, charnecas e milho 
para a fome dos olhos. 
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda. 
E o mar? E a cidade? E os rios? 
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos, 
onde chiam carros de bois e há poças de chuva. 
Onde ficava o mundo? 
Nem a alma sabia julgar. 
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas. 
Em cada dia o povo abraçava um outro povo. 
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves: 
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada 
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio. 

Em 'Terra'

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