Sinopse
«Um dia, em 1961, fui ver uns amigos na região mineira onde vivi em tempos. Contaram-me a história de uma jovem operária que roubava, para o seu amante, flores nos cemitérios. A sua imagem não me largava e diante dos meus olhos desenhava-se o destino de uma mulher jovem para quem o amor e a carne eram mundos separados, para quem a sexualidade estava nos antípodas do amor. Uma outra imagem se vinha juntar em contraponto à da rapariga que roubava flores: um longo ato de amor que não era em realidade senão um soberbo ato de ódio. Assim nasceu a ideia do meu primeiro romance, que acabei em dezembro de 1965 e a que chamei A Brincadeira.»
Escrito entre 1962 e 1965, e publicado em 1967, A Brincadeira é o primeiro romance de Milan Kundera. No ano seguinte ao da sua publicação, o livro, que rapidamente atingira uma tiragem de 120 000 exemplares, obteve o Prémio da União de Escritores da Checoslováquia. No entanto, pouco tempo depois, viria a ser proibido neste país, mas a sua publicação em França, pela Gallimard, torná-lo-ia mundialmente conhecido.