Sinopse
As Afinidades Electivas de Goethe é sem dúvida uma obra brilhante do autor onde encontramos alguns elementos característicos da novela romântica. Escrita em 1809, já numa fase de amadurecimento do escritor alemão, destaca os conflitos morais da época, as questões associadas ao matrimónio e apresenta as paixões enquanto determinantes dos nossos actos. Tudo isto tendo em como ponto de partida as leis da química que afectam – de acordo com a visão de mundo de Goethe – as pessoas como se fossem elementos. Um romance que nos remete para a história de um casal cujos membros se apaixonam em simultâneo por convidados da sua casa. Um conflito entre paixão e razão que acaba por desembocar numa situação caótica.
Extras
Do prefácio por João Barrento: «A minha proposta para uma leitura actual d’As Afinidades Electivas, que parte de Walter Benjamin e o continua, é a de um olhar que terá de ser ‘pós-clássico’ e que vê o romance como uma obra na qual, para além de compromissos pontuais, se explora e valoriza uma nova forma de sensibilidade, já romântica, e uma nova postura perante o mundo, que é obviamente de natureza saturnina e melancólica. O campo de acção é, como já o inteligente texto de Solger salientava no século XIX, o do amor, da paixão subjectiva, como ‘destino’ incontornável do indivíduo moderno (Solger: «O Homem não tem hoje outro destino que não seja o amor», cit. na Edição de Hamburgo, vol.6, p.653). Para Goethe, o amor é de facto a força (real, não metafórica, e isto é importante para entender As Afinidades Electivas!) que faz mover o universo.»